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O Firlej Sports and Leisure Centre é um modesto albergue municipal de 13 quartos com banheiro privativo às margens de um lago no leste da Polônia. No final de fevereiro, quando a primavera ainda é uma promessa etérea, a sucessão de bares de praia fechados dá um caráter fantasmagórico à praia deserta. Enfim, é fácil imaginar o conforto e a tranquilidade que devem ter encontrado no albergue, cheio de vizinhos dispostos a ajudar, os refugiados que chegaram nas mesmas datas de 2022, quando a guerra acabava de estourar em seu país. Um ano depois, já não há voluntários e o número de ucranianos neste alojamento baixou de 40 para 23 —11 mulheres, 11 crianças e um homem com mais de 50 anos—, que se perguntam angustiados se terão de começar a pagar a estadia; uma polêmica reforma legislativa recentemente aprovada pelo governo polonês estipula seu pagamento a partir de 1º de março. Inna Lazarieva e sua filha Margerita estão nervosas: “Nosso plano B é voltar para a Ucrânia, mas estamos com medo.”
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