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Os microrganismos que vivem nas areias das praias ajudam a proteger os oceanos. Mas eles podem estar em perigo

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Tal como acontece com os organismos do solo, pequenas criaturas escondidas sob a areia das praias podem passar despercebidas. Podemos pensar que são insignificantes, mas isso seria um grande erro.

Pesquisa realizada pela Universidade de Stanford (EUA) indica que comunidades de microrganismos na areia são essenciais para filtrar a água antes que ela chegue aos oceanos, decompondo o excesso de produtos químicos e nutrientes, provenientes, por exemplo, de águas residuais ou de atividades agrícolas.

Centrando-se numa praia da cidade norte-americana de São Francisco, os investigadores observaram que as comunidades de microrganismos na areia permanecem relativamente estáveis ​​ao longo das estações. No entanto, descobriram que quando a água salgada invadia os locais onde viviam estes organismos – em resultado das fortes ondas que cobriam a areia – a composição destas comunidades mudava drasticamente, afectando a sua função de ‘limpeza’.

Os cientistas argumentam que a subida do nível do mar, causada em grande parte pelo aquecimento global ligado às emissões humanas, pode ter efeitos nocivos não só nos ecossistemas das praias, mas também na saúde dos oceanos. Dado o progresso contínuo do aquecimento global, os cientistas estão preocupados, notando que estas comunidades de microrganismos revelam grande vulnerabilidade às alterações climáticas.

“Dependemos dessas comunidades de microrganismos para ciclos biogeoquímicos essenciais na interface terra-mar”, diz Alexandria Boehm, uma das autoras do artigo publicado na Environmental Microbiology. Segundo ela, a redução da capacidade destes organismos de filtrar a água antes de chegar ao mar poderia ter “efeitos em cascata” na qualidade da água costeira e na vida marinha.

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