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As células B são essenciais para o bom funcionamento do sistema imunológico. No entanto, pesquisadores do Karolinska Institutet mostraram que às vezes eles podem fazer mais mal do que bem, pois seus números aumentam muito após danos intestinais, impedindo a cicatrização do tecido. Os resultados, apresentados na revista Imunidadepode ser importante para o tratamento da doença inflamatória intestinal.
As células B são um tipo de glóbulo branco que tem uma função importante no sistema imunológico, em parte produzindo os anticorpos que atacam bactérias e vírus. Pesquisas anteriores mostraram que pessoas com doença inflamatória intestinal crônica (DII), como doença de Crohn ou colite ulcerativa, têm muito mais células B em seus intestinos do que indivíduos saudáveis. Portanto, foi proposto que as células B podem afetar a gravidade dessas doenças. Pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, agora tentaram descobrir se, e se sim, como as células B contribuem para a DII.
Aumento acentuado durante a cura
“Conseguimos mostrar que a população de células B aumenta acentuadamente no cólon durante a cicatrização de lesões colônicas e que essas células se acumulam principalmente em áreas onde o dano é grave”, diz o pesquisador principal Eduardo Villablanca, professor associado do Departamento de Medicina (Solna), Karolinska Institutet. “Isso evita, por sua vez, a interação entre dois outros tipos de células – células estromais e epiteliais – que é necessária para a cicatrização do tecido.”
Os pesquisadores estudaram um modelo experimental de colite e tecido de pacientes com colite ulcerativa, usando uma variedade de métodos para analisar as populações de células. Concentrando-se particularmente em como as células B afetam a cicatrização na mucosa intestinal, eles descobriram que os camundongos sem células B se recuperaram muito mais rapidamente após danos intestinais do que os camundongos normais. A descoberta de que as células B parecem fazer mais mal do que bem na inflamação do cólon pode ser importante para o tratamento da DII.
Drogas que afetam as células B
“Já existem drogas aprovadas que afetam a resposta das células B e que são usadas para outras doenças”, diz Gustavo Monasterio, pós-doutorado no grupo de pesquisa do Dr. Villablanca no Karolinska Institutet e um dos principais autores. “Agora queremos testar se a depleção de células B em janelas de tempo específicas também pode funcionar com IBD. Também precisamos descobrir se o acúmulo de células B pode ter um efeito benéfico de longo prazo, como alterar a composição de bactérias em o trato gastrointestinal”.
O estudo foi apoiado por doações do Conselho Sueco de Pesquisa, da Sociedade Sueca do Câncer, da Fundação Knut e Alice Wallenberg (programa Wallenberg Academy Fellow) e da fundação alemã de pesquisa DFG. Eduardo Villablanca recebeu bolsas de pesquisa da empresa farmacêutica F. Hoffmann-La Roche e a coautora Camilla Engblom é consultora científica da empresa de biotecnologia 10X Genomics Inc. Julio Saez-Rodriguez recebe financiamento da Glaxo Smith Kline e Sanofi e honorários de consultoria da Travere Terapêutica.
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Materiais fornecidos por Instituto Karolinska. Observação: o conteúdo pode ser editado quanto ao estilo e tamanho.
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