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No dia 1º de setembro de 2014, em um barranco na fronteira entre o Peru e o Brasil, quatro defensores da floresta amazônica foram assassinados com espingardas. Há anos que denunciavam que madeireiros ilegais os tinham ameaçado de morte por denunciarem as suas atividades clandestinas, mas o Estado peruano os ignorou. Foi com o crime que Edwin Chota Valera, Leoncio Quintisima Meléndez, Jorge Ríos Pérez e Francisco Pinedo Ramírez receberam a atenção que mereciam em vida. A tragédia inspirou um documentário (Sangue, suor e árvores, do cineasta americano Robert Curran), um livro (Guerras do Interior, do cronista peruano Joseph Zárate), dezenas de peças jornalísticas, e conseguiu em cinco meses o que os líderes imploravam há décadas: que sua terra natal, a comunidade indígena de Alto Tamaya – Saweto, na região de Ucayali, recebesse o título de terra de 76.800 hectares de floresta e, com isso, determinou-se que era propriedade dos Asháninkas que a habitavam.
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