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Uma válvula escondida sob uma calçada, separada por vários quilômetros de diferentes bairros residenciais de classe média, é fechada e aberta todas as semanas por um funcionário da empresa estatal que fornece água a Caracas. Nas mãos daquele trabalhador, e de outros como ele espalhados pela cidade, está o ciclo de abastecimento de água de milhares de famílias, que vivem de racionamento em racionamento, infringindo leis da física para tentar fazer o que seria feito durante um fim de semana de normalidade. semana: tomar banho, lavar roupa, regar as plantas, limpar ou cozinhar, nos trinta minutos ou hora de abastecimento que receberão no dia conforme acordo de vizinhança que firmaram em seus condomínios. Se um cano quebrar a poucos metros de distância, tudo pode mudar. Se a energia oscilar muito ou cair permanentemente também, eles certamente serão desconectados da internet e da televisão a cabo. Cada dia em Caracas começa com essas frágeis certezas.
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