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Cerca de 1.500 apoiadores de Jair Bolsonaro foram detidos após a invasão do Congresso, do palácio presidencial e do Supremo Tribunal Federal.
Isso aconteceu quando Bolsonaro foi internado em um hospital na Flórida, para onde voou depois de perder a eleição do país em outubro, com dores abdominais.
Em postagem no Instagram, Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente escreveu: “Meus queridos, venho informar que meu marido Jair Bolsonaro está em observação no hospital”.
Ela explicou que seu “desconforto abdominal” estava relacionado a ferimentos de uma facada que ele sofreu durante um comício político em 2018.
Ela encerrou o post escrevendo: “Estamos em oração pela saúde dele e pelo Brasil. Que Deus nos abençoe”.
A polícia começou a desmontar tendas em um acampamento fora do quartel-general do Exército de Brasília, onde os apoiadores de Bolsonaro se instalaram após a invasão do Capitólio. Os 1.200 indivíduos detidos hoje, juntamente com os 300 indivíduos detidos no domingo, elevam o total para 1.500.
O ministro da Justiça, Flavio Dino, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira que dois tipos de prisões serão feitas daqui para frente: prisões temporárias para aprofundar as investigações e prisões preventivas para garantir a ordem pública.
Os manifestantes eram buscando intervenção militar restaurar o poder do Sr. Bolsonaro de extrema-direita ou derrubar o recém-empossado esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula, que venceu a eleição com apenas 50,9% dos votos.
Policiais fortemente armados e montados foram vistos fazendo fila em frente ao acampamento na segunda-feira, segundo testemunhas, com alguns manifestantes de joelhos rezando.
Milhares de manifestantes, muitos envoltos em amarelo e verde da bandeira do Brasil, deixaram o Congresso, o palácio presidencial, o Supremo Tribunal Federal e os ministérios em estado de ruína.
Janelas foram quebradas, móveis derrubados, portas arrancadas de suas dobradiças, computadores e impressoras jogados no chão e uma enorme pintura de Emiliano Di Cavalcanti perfurada em cinco lugares, semelhanças impressionantes com a insurreição no Capitólio dos Estados Unidos há dois anos.
O canal de notícias brasileiro GloboNews disse que todos os prédios já foram retomados pelas forças de segurança, mas de acordo com o ministro das Comunicações do presidente, ainda há pessoas tentando bloquear estradas e acesso às refinarias.
Na segunda-feira, os chefes dos três ramos do governo do Brasil divulgaram uma declaração conjunta condenando o que chamaram de “atos terroristas” e prometeram proteger a democracia.
Assinado por Lula, pelo presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rego, pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e pela ministra Rosa Weber, o comunicado dizia: “Estamos unidos para que as medidas institucionais sejam tomadas nos termos das leis brasileiras”.
Eles também chamavam de “serenidade e paz”.
Dino acrescentou que a polícia vai conduzir três novos inquéritos: “Um para ataques ao Congresso, outro para o Palácio do Planalto e outro para o Supremo Tribunal Federal”.
Ele disse em comunicado anterior: “Precisamos dizer isso plenamente, com toda firmeza e convicção. Não vamos aceitar o caminho da criminalidade para fazer lutas políticas no Brasil. Bandido é tratado como bandido”.
Manifestantes serão punidos ‘com toda a força da lei’
Lula viajou de São Paulo, onde estava em viagem oficial, a Brasília para visitar o prédio do STF e ver pessoalmente os estragos.
Ele rotulou os manifestantes de “fascistas e fanáticos”, dizendo que seriam punidos “com toda a força da lei”, antes de acusar Bolsonaro de ser um “genocida” que está incentivando isso nas redes sociais de Miami, Flórida.
“Todo mundo sabe que há vários discursos do ex-presidente incentivando isso.”
Bolsonaro alimentou os comícios?
Em um tweet reagindo ao protesto, Bolsonaro escreveu que manifestações pacíficas fazem parte da democracia, mas que qualquer invasão de prédios públicos “passa dos limites”.
Ele disse que “repudia” as acusações de Lula, mas nos meses que se seguiram à derrota eleitoral de Bolsonaro, ele alimentou a crença de seus partidários de que o sistema de votação eletrônica do país era propenso a fraudes – embora nunca tenha havido nenhuma evidência apresentada para apoiar isso alegar.
Eduardo Bolsonaro, filho de Bolsonaro, também teve várias reuniões com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, o aliado de longa data de Trump, Steve Bannon, e seu conselheiro sênior de campanha, Jason Miller.
Embora o governo Bolsonaro não tenha se oposto diretamente à transição de poder, o líder de extrema direita ainda não concedeu ou parabenizou seu oponente.
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