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Quase 80% dos europeus acreditam que a UE faz bom uso da Política Agrícola Comum (PAC) para fornecer alimentos seguros, de alta qualidade, saudáveis e sustentáveis, provenientes de fontes sustentáveis, de acordo com o último Eurobarómetro.
De acordo com os resultados do inquérito, recentemente divulgado pela Comissão Europeia, sete em cada 10 participantes acreditam que a Política Agrícola Comum é importante para a gestão sustentável dos recursos naturais, a digitalização e o aumento da eficiência dos sectores agrícola e alimentar, para proteger agricultores. Criar empregos, ajudar a combater as alterações climáticas e manter os preços dos alimentos acessíveis.
O inquérito revela ainda que 92% dos europeus citam o setor agrícola, os agricultores e as zonas rurais como fatores importantes para o futuro da região, sendo que 52% consideram-nos mesmo “muito importantes”.
A Comissão Europeia observa que o apoio ao rendimento dos agricultores aumentou 10 pontos percentuais desde 2022, e destaca que a investigação prova que este nível de apoio, que diz ser “o mais elevado desde 2013”, é “verdadeiro”, uma vez que 56% dos europeus apoiam esta abordagem.
No que diz respeito às prioridades da Política Agrícola Comum, mais de 90% dos entrevistados citaram a segurança alimentar da UE, preços acessíveis para os consumidores, a gestão sustentável dos recursos naturais e o reforço do papel dos agricultores nas cadeias de abastecimento alimentar.
Além disso, o Eurobarómetro revela que a maioria dos europeus apoia os acordos comerciais da UE, com os participantes afirmando que estes ajudam a diversificar os mercados e os fornecedores de produtos agrícolas para o bloco.
Christoph Hansen, Comissário Europeu para a Agricultura e Alimentação, afirmou num comunicado que os resultados deste inquérito mostram “consciência e apoio sem precedentes à Política Agrícola Comum”.
Mas apesar destes números, algumas vozes levantaram-se contra as políticas agrícolas seguidas pela liderança do bloco.
No que diz respeito aos tratados internacionais, por exemplo, a organização ambientalista Greenpeace referiu-se ao Acordo do Mercosul, acordado entre a União Europeia e os governos dos países sul-americanos no final de 2024, após 25 anos de negociações, como um “acordo de comércio livre de toxinas”.
“Vinte e cinco anos de conversações secretas a portas fechadas, com repetido desrespeito pelas preocupações públicas, resultaram (…) num acordo que aumentará o comércio de carne bovina, pesticidas e plásticos”, diz Lise Cunha, chefe de política comercial da a delegação europeia da organização. Com impactos catastróficos na Amazônia, no clima e nos direitos humanos.
Por outro lado, alguns analistas defendem que a regulamentação cada vez mais rigorosa imposta pela Política Agrícola Comum tem prejudicado o sector agrícola e que a abertura aos mercados externos e às importações está a gerar uma série de dificuldades aos agricultores. Os protestos do ano passado, que levaram milhares de agricultores às ruas de várias cidades europeias opondo-se à proibição do uso de pesticidas, reflectem este descontentamento.
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