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Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, as instituições financeiras voltaram a conceder empréstimos salariais aos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicou instruções normativas estabelecendo novas diretrizes. A concessão desta modalidade de crédito foi suspensa em março deste ano.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um benefício que garante o pagamento de um salário mínimo mensal (atualmente R$ 1.320) a pessoas com deficiência ou idosos com 65 anos ou mais que comprovem não ter condições financeiras de se sustentar. Para receber esse benefício, a renda familiar por pessoa deve ser de até um quarto do salário mínimo, ou R$ 261,25.
Por se tratar de um benefício de apoio, não é necessário ter contribuído para o (INSS) para ter direito. O BPC não paga o 13º salário e não deixa pensão por morte.
O Crédito Consignado BPC permite comprometer até 35% do valor do benefício, sendo 30% destinado a operações de crédito consignado e 5% para cartão de crédito consignado ou cartão de benefício consignado. O período de reembolso do empréstimo é de 84 meses. A taxa de juros inicial é a mesma aplicável aos aposentados e pensionistas do INSS, até 1,91% ao mês para empréstimos pessoais e 2,83% ao mês para cartões de crédito.
Segundo o Ministério da Previdência Social, 5.467.595 beneficiários receberam o BPC em agosto deste ano, com desconto médio de 434,9 reais na renda dos beneficiários. Desses beneficiários, 1.699.057 possuem pelo menos um contrato ativo.
Na semana passada, o STF verificou a concessão de créditos concedidos a beneficiários de programas sociais. A votação foi realizada em plenário virtual e o projeto foi aprovado por unanimidade.
A medida foi implementada pelo PDT em agosto passado com o objetivo de bloquear empréstimos a beneficiários do BPC e do Bolsa Família. O julgamento foi suspenso em junho a pedido do ministro Alexandre de Moraes, embora o tribunal já tivesse encontrado maioria a favor.
A parte argumentou que a concessão de crédito poderia levar ao sobreendividamento porque, em princípio, aqueles que beneficiam não receberiam muito tratamento preferencial. A doação do Ausilio Brasil aos beneficiários foi iniciada durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi autorizado a confiar até 45% de seus rendimentos de benefícios.
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