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A Assembleia Municipal do Porto aprovou por unanimidade a aquisição da Ilha dos Moinhos, na zona das Fontainhas, por cerca de 900 mil euros, que acabará por dar lugar ao Parque das Fontainhas.
Numa sessão realizada na noite de segunda-feira, todas as forças políticas aprovaram a aquisição de 32 edifícios, alguns dos quais foram demolidos, por 900 mil euros, valor proposto pelos seus proprietários e aceite pela autarquia.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, explicou aos deputados municipais que embora o Plano Diretor Municipal (PDM) especifique que apenas parte do terreno é área verde, o município vai considerar toda a área não edificada.
Ele acrescentou: “Foi tomada a decisão de que a área deveria ser desconstruída”.
Pelo Partido da Acção Nacional, o deputado único, Paulo Vieira de Castro, destacou a necessidade de olhar para as alterações climáticas “como consequências e não como causas”, referindo-se às cheias que afectaram por duas vezes aquele bairro no ano passado.
O deputado socialista Ricardo Meirelles saudou a intenção do município de adquirir o espaço, que daria lugar à área verde e às bacias de retenção, tal como o social-democrata Nuno Borges, defendendo que a criação de espaços verdes permitiria a requalificação da área.
Em resposta a uma pergunta do deputado do BE sobre a situação actual dos munícipes e do deputado da CDU sobre as medidas que o município está a desenvolver, Rui Moreira sublinhou que ainda não houve reclamações dos munícipes que foram transferidos para habitação municipal e disse acreditar que em breve será encontrada uma solução para o morador que mora no bairro.
Sobre o trabalho do município, Rui Moreira disse que estão a ser desenvolvidos estudos hidrológicos.
O bairro dos Moinhos foi gravemente afetado pelas cheias que atingiram o Porto no dia 7 de janeiro de 2023. O bairro voltará a ser afetado em meados de outubro, pois o mau tempo vai provocar o caos e obrigar uma das 18 famílias que ali permaneciam a abandonar a sua casa.
Esta foi a primeira família a mudar-se para habitação municipal, processo que só ficou concluído em meados de dezembro. Das 18 famílias, 16 famílias mudaram-se e uma família perdeu a casa.
Atualmente, apenas um morador mora no bairro Muinhos.
A aquisição da ilha justifica-se pela necessidade de “adaptar e aumentar a resiliência da ribeira Poço das Patas, através da estabilização de infraestruturas e de medidas de dissipação de energia”.
Com extensão total de 6,1 km, o rio Boco das Patas foi quase totalmente canalizado no final do século XIX, ficando apenas 100 metros abertos.
Além da reconfiguração da ribeira do Poço das Patas, a aquisição justifica-se pela intenção de “adquirir a área necessária à futura implantação do Parque das Fontainhas/Carquejeiras”.
No dia 5 de janeiro, o município chegou a acordo com os oito proprietários para a tomada amigável da ilha.
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