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Silvio Berlusconi sempre rebate. O dono da Mediaset, três vezes primeiro-ministro da Itália, é como uma dessas figuras sorridentes com uma base pesada e arredondada que ninguém consegue derrubar. Aos 86 anos, Il Cavaliere mostrou um talento especial como petisco político. E da economia. Mas, sobretudo, da vida judicial. Depois de mais de 40 julgamentos, incluindo condenações em primeiro grau por prostituição de menores e corrupção, ele só foi finalmente condenado por fraude fiscal. Na semana passada, em meio a uma tempestade política desencadeada por suas críticas ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, parecia que sua sorte havia acabado. Mais de 30 testemunhas e provas flagrantes o levaram a uma condenação por comprar o silêncio das participantes de suas festas sexuais na mansão Arcore: o famoso bunga-bunga. Mas Berlusconi segurou, quicou no chão e voltou a se levantar com seu sorriso de sempre. “Graças a esses juízes independentes”, exclamou ele após um ano jogando lama contra o judiciário italiano. O problema, porém, vinha de outra frente.
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