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Um estudo realizado por uma equipa internacional de investigadores, que incluiu investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental, Laboratório Associado (CIMAR-LA), revelou que as florestas de algas marinhas transferem cerca de 56 milhões de toneladas de carbono para sumidouros nas profundezas do oceano, contribuindo significativamente para regular a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e, portanto, o clima na Terra.
Segundo a mesma fonte, esta descoberta, agora publicada na prestigiada revista Nature Geoscience, “abre novas oportunidades para mitigar as alterações climáticas, preservando e restaurando florestas de algas marinhas”.
As florestas de algas marinhas, compostas principalmente por algas marrons gigantes como as famosas algas, são o ecossistema costeiro “mais extenso e produtivo” do planeta. Estas florestas podem crescer tão rapidamente como as florestas terrestres e são, portanto, “altamente eficientes na captura e armazenamento de carbono”.
O estudo internacional, “Exportação de carbono das florestas de ervas marinhas para as bacias oceânicas profundas”, liderado por Karen Philby-Dexter do Instituto Norueguês de Investigação Marinha e da Universidade da Austrália Ocidental, revelou que todos os anos as florestas marinhas exportam cerca de 15% de carbono. O carbono é transportado para as águas profundas dos oceanos, onde pode permanecer preso durante centenas ou milhares de anos. Estas estimativas foram feitas com base nos mais recentes modelos oceânicos globais, que tornaram possível rastrear o destino do carbono nas algas marinhas desde a costa até às profundezas do oceano.
Florestas marinhas e carbono azul
Historicamente, as florestas de algas marinhas foram excluídas do “carbono azul”, devido a dúvidas sobre a sua capacidade de remover eficazmente o carbono a longo prazo. Este estudo “preenche esta lacuna de conhecimento e abre novas oportunidades para a mitigação das alterações climáticas nas regiões polares e temperadas, onde as opções de remoção de carbono pelos ecossistemas costeiros são atualmente limitadas”.
Jorge Assis e Isabel Souza Pinto, investigadores do CIMAR – Los Angeles e coautores deste estudo internacional, salientam que estas descobertas são “de grande importância para a conservação marinha, pois a perda ou degradação destas comunidades florestais marinhas leva a uma interrupção na absorção do carbono atmosférico.” É transportado para o fundo do mar, onde pode ser preservado durante séculos ou mesmo milhares de anos.
O estudo destaca a necessidade urgente de proteger, gerir e restaurar as florestas de algas marinhas, que estão atualmente a ser perdidas em muitas regiões do mundo devido a uma variedade de pressões, incluindo as alterações climáticas, que normalmente conduzem a ondas de calor extremas, mas também à poluição e à poluição. pescaria. .
Isabel Souza Pinto, investigadora do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP) e do CIMAR-LA, sublinha a importância de preservar e restaurar as florestas de algas marinhas, “não só pelo seu papel na remoção de carbono, mas especialmente tendo em conta o papel que desempenham como berçário e refúgio para muitos “as florestas marinhas são um recurso para combater as alterações climáticas e preservar a biodiversidade nos nossos oceanos”, acrescenta Jorge Asis, investigador do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) e do CIMAR. -LA. “Para o nosso país.”
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