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A forma como as pessoas percebem seus próprios bairros pode ter muito a ver com a escolha de caminhar e andar de bicicleta, de acordo com um estudo global com quase 40.000 adultos. O professor de ciências da saúde da Universidade Simon Fraser, Scott Lear, diz que aqueles que têm maior probabilidade de caminhar mais de 150 minutos por semana para se deslocar ou para fins de lazer relataram que seus bairros tinham características mais desejáveis. A probabilidade de andar de bicicleta e caminhar foi associada à diversidade de uso do solo (comodidades como lojas ou parques a uma caminhada de 20 minutos), conectividade da rua (número de interseções de três e quatro vias) e segurança contra o crime.
“Andar de bicicleta e caminhar são duas maneiras excelentes de incluir exercícios na vida diária e atingir as metas de condicionamento físico descritas em muitas resoluções de Ano Novo”, diz Lear, que fez parte de uma equipe internacional cuja pesquisa, publicada na Cidades, abrangeu 21 países. “Procuramos entender como os fatores no ambiente construído podem promover ou desencorajar uma pessoa a praticar essas formas de atividade física”.
Os participantes do estudo tinham entre 35 e 70 anos e viviam em mais de 350 comunidades urbanas de países de baixa, média e alta renda, conforme classificado pelo Banco Mundial.
“Os níveis de inatividade física estão aumentando globalmente e em países de alta renda, como o Canadá, mais de 70% dos adultos são fisicamente inativos”, diz Lear. “Um em cada quatro adultos não atinge o nível de atividade recomendado globalmente de pelo menos 150 minutos por semana de atividade física aeróbica de intensidade moderada e essa tendência tem consequências negativas para a nossa saúde”.
Quatro países de alta renda foram estudados – Canadá, Arábia Saudita, Suécia e Emirados Árabes Unidos – enquanto quatro países de baixa renda incluíram Bangladesh, Paquistão, Tanzânia e Zimbábue. Havia também cinco países de renda média-baixa – China, Colômbia, Irã, Palestina, Quirguistão – e oito países de renda média-alta: Argentina, Brasil, Chile, Cazaquistão, Malásia, Rússia, África do Sul e Turquia.
A equipe observou uma maior probabilidade de andar de bicicleta com altos níveis de mistura de uso do solo e estética.
Os pesquisadores sugerem que estudos futuros devem examinar mais detalhadamente os fatores contextuais locais que podem modificar a forma como o ambiente construído está associado aos comportamentos de caminhada e ciclismo.
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