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Como sempre acontece com Vladimir Putin, o timing é tudo.
Não é por acaso que o seu último discurso foi feito na véspera do Ucrânia cimeira de paz na Suíça. Rússia não estará lá porque não foi convidado.
Portanto, tratava-se de colocar o lado de Moscovo em primeiro lugar e minar a legitimidade da cimeira antes mesmo de esta ter começado.
Coloque em disse que a Rússia estaria pronta para negociações de paz “amanhã” se as tropas ucranianas se retirassem das regiões de Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Luhansk – e se a Ucrânia desistisse do seu plano de aderir à NATO.
Se a Ucrânia concordar, Putin disse que a Rússia cessaria o fogo e iniciaria negociações.
Mas será a sua proposta de paz credível? Não de acordo com a Ucrânia ou o Ocidente. Kiev, a OTAN e o Pentágono já rejeitaram a oferta, com um dos conselheiros de Volodymyr Zelenskyy chamando a oferta de “completa farsa”.
Mas o Kremlin vê as coisas de forma muito diferente, ou pelo menos finge ver.
“Não começámos a guerra”, disse o presidente da Rússia. “Foi o regime de Kyiv.”
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Segundo Putin, a Rússia é a vítima. Daí a razão pela qual ele diz que a Ucrânia deve retirar as suas tropas das regiões que a Rússia ocupa, e não o contrário.
Na realidade, ele sabe que estas condições não são algo com que Kiev alguma vez concordará. Ceder território é uma linha vermelha para Presidente Zelensky.
Mas isso não importa para Putin. Tratava-se mais de tomar a iniciativa antes da cimeira da Suíça, onde Zelenskyy será o centro das atenções.
Quanto às relações com o Ocidente – Putin disse que estão “perto do ponto sem retorno”. O que isso significa exatamente? Desta vez não houve menção a armas nucleares, mas mesmo assim foi uma avaliação sombria e com a qual muitos no Ocidente poderão concordar.
É justo dizer que as relações entre a Rússia e o Ocidente pioraram drasticamente nos últimos dias.
Tivemos novas ameaças, novas sanções e novas manobras militares. Então ontem, para completar, o acordo de empréstimo de US$ 50 bilhões do G7 para a Ucrânia utilizando activos russos congelados. Um acordo que Putin chamou de “roubo” e que provocará uma retaliação.
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Ainda não sabemos qual será a resposta, mas é provável que envolva a apreensão de activos privados dos EUA na Rússia – algo que já foi discutido em Moscovo. No mês passado, Putin assinou um decreto descrevendo como funcionaria.
Tudo isso dá a sensação de que de repente estamos avançando mais rapidamente no caminho para uma possível escalada. E isso nos faz pensar: onde isso vai parar?
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