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A Associação Ambiental Zero enviou uma carta aos Ministros do Ambiente e da Agricultura exigindo mais sustentabilidade e eficiência na utilização dos recursos, por ocasião do Dia Mundial do Ambiente.
A mensagem, que surge em forma de receita, insta os ministros a “cozinhar” soluções que não ponham em causa o futuro do país, com especial destaque para a gestão e a escassez de água.
O Dia Mundial do Ambiente, que hoje se comemora, tem como tema deste ano: “Restauração dos Solos, Desertificação e Resiliência à Seca”. As Nações Unidas afirmam que uma acção global reforçada para proteger e restaurar terras produtivas tem o potencial de aumentar os meios de subsistência, apoiar a segurança alimentar, aumentar a resiliência a condições climáticas extremas e aumentar o armazenamento de carbono.
Citando também as Nações Unidas, Zero destacou que a terra significa vida e que o solo fornece alimentos, acrescentando que a degradação do solo afecta 3,2 mil milhões de pessoas.
A associação sublinha que, para recuperar a terra, é necessário deixar de cultivar os campos, de plantar árvores e de cultivar culturas diversas, mas seguindo as boas práticas agrícolas. Tudo isto ao mesmo tempo que evitamos emissões de poluentes e gerimos cuidadosamente as águas superficiais e subterrâneas.
Na “receita” enviada aos ministros María da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia, e José Manuel Fernández, ministro da Agricultura e Pescas, Zero pede “razão na ambição do programa nacional de rega”, deixando de fora o “tempero ” de desvios e barragens, que são uma “falsa solução climática”.
A Zero acrescenta que se os biorresíduos (40% do total de resíduos produzidos) forem processados, serão evitadas emissões de metano e serão produzidos milhões de euros em matéria orgânica e nutrientes para a agricultura.
“Acrescentamos à preparação anterior um punhado de coragem para investir na redução das perdas de água na agricultura, que representa 35% das utilizações, na monitorização da sua utilização, na penalização dos resíduos através de um imposto sobre os recursos hídricos, e na reconsideração das tarifas associadas à agricultura. ” “, conforme consta no comunicado.
O programa Zero apoia também alimentos provenientes de curto-circuitos agroalimentares, apela a uma maior utilização de água reutilizada, “que é utilizada muito menos do que o desejável”, sobretudo na agricultura, e quer ainda rever o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação.
Outro pedido é também a implementação do Plano Nacional de Restauração da Natureza, com novas medidas de recuperação de espécies e habitats, com a Zero a alertar também para a necessidade de uma melhor proteção das aves estepárias como a abetarda, abetarda e galinha.
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