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Ontem, o presidente da Associação dos Agricultores de Alcácer do Sal, Francisco Vacas, manifestou-se preocupado com os recursos hídricos desta região, apesar do “pioneirismo” do enorme projecto de produção de pêra e abacate previsto para aquele município.
“Ficamos satisfeitos com isso [o projeto] “Não foi aprovado, mas ainda estamos muito preocupados” pela falta de acompanhamento, disse à Lusa o responsável, depois de a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR) ter liderado o investimento previsto nas Herdades da Muerta e Monte Novo , em Alcácer do Sal.
Na sua opinião, embora o cultivo intensivo de abacateiros numa área de 658 hectares tenha parado, existem outros projectos de grande envergadura nesta área fiscalizados por “autoridades competentes”, como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). CCDR no Alentejo, “que deviam acompanhar”.
As associações de agricultores de Alcácer do Sal e Grândola enviaram recentemente uma carta ao responsável da CCDR no Alentejo, António Ceia da Silva, alertando para “impactos muito graves no consumo de água” causados pela “implementação de vários grandes projectos”. tamanho” na área.
Na carta, consultada pela Lusa, as organizações, que representam “mais de 300 agricultores e produtores florestais que gerem cerca de 70 mil hectares”, alertavam que o consumo excessivo de água levaria à “desflorestação” do território.
Afirmaram que se trata de “empreendimentos turísticos, com campos de golfe associados e, ao mesmo tempo, a criação de massivas e intensivas explorações agrícolas industriais”, que consomem “vários milhões de metros cúbicos” de água e conduzem a “uma desflorestação cada vez mais significativa”. .
Por isso, Francisco Vacas disse à Losa que cabe à APA e à CCDR Alentejo fazer um “levantamento abrangente da área que está efetivamente a ser implementada” por estes projetos, o que exige “mais fiscalização”.
Ele ressaltou: “Temos certeza absoluta de que esses 3.500 hectares que serão implantados serão muito maiores e que os poços que foram alocados na instalação desses projetos são em número muito maior do que o que essas empresas efetivamente anunciaram”.
O aquífero Tejo Sado, que “já instalou, pelo menos oficialmente, 3.500 hectares de tangerinas, erva, frutos silvestres, abacates e vegetais diversos”, vai tornar-se “completamente insustentável” com abacateiros produzidos em mais de 658 hectares de terreno. terra.
Será também o sector do turismo, especialmente no concelho de Grândola [um] “Consomem grandes quantidades de água com grandes empreendimentos turísticos”, o que significa que os agricultores daquele concelho já enfrentam “problemas e dificuldades na obtenção de água”, disse.
O dirigente destacou ainda que estes dois concelhos do litoral alentejano, que já foram “um dos maiores produtores de pinhas”, hoje têm produção “zero” devido “ao baixo lençol freático deste aquífero”.
“A produção de cortiça, apesar destes anos de seca, está a diminuir, assim como o país.” [sua] Qualidade adicional.
E acrescentou: “Não queremos acreditar que a situação seja irreversível, mas com a pressão exercida sobre este aquífero, quando sabemos que existem zonas localizadas na linha amarela e na linha vermelha, onde é provável que entre água salgada, ” concluiu: “O assunto é urgente, temos visto com dificuldade “um reinício significativo destes produtos e do abastecimento de água à população” nos dois municípios.
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