Ciência e Tecnologia

Adeus “Sem serviço”: o Skyphone pode ajudar a inaugurar uma nova era para iPhone e Galaxy?

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Numa época em que a conectividade se tornou tão vital como o ar que respiramos, os smartphones via satélite podem tornar-se cada vez mais desejados. Ao contrário dos seus homólogos terrestres, estes dispositivos prometem mantê-lo ligado nos cantos mais remotos do mundo, desde as extensões geladas da Antárctida até às praias isoladas de uma ilha deserta. Mas o que exatamente são smartphones via satélite e por que estão causando tanto burburinho? Que opções disponíveis temos para permanecer conectados mesmo quando fora de alcance? No Mobile World Congress deste ano, em Barcelona, ​​a nossa equipa teve a oportunidade de espreitar o Skyphone, um híbrido entre telefone inteligente e telefone via satélite, o que me fez pensar: os smartphones híbridos são uma boa ideia?

Vamos mergulhar e explorar esse salto cósmico na tecnologia de comunicação.

Como funcionam os telefones via satélite?

Ao contrário dos smartphones normais, os telefones via satélite libertam-se da dependência de torres de celular. Eles se conectam diretamente aos satélites que orbitam a Terra. Quando você faz uma chamada ou envia uma mensagem, o sinal passa do seu telefone para o satélite mais próximo e, em seguida, salta para uma estação terrestre na rede, finalmente pousando em seu destino. Esta configuração exclusiva garante conectividade em áreas fora da rede sem cobertura celular. As redes celulares possuem torres terrestres, oferecendo conexões rápidas e de baixa latência, mas com alcance limitado. A conectividade por satélite, por outro lado, aproveita os satélites em órbita, garantindo cobertura global mesmo em locais distantes. No entanto, muitas vezes vem com velocidades mais lentas, maior latência e custos mais elevados do que as redes celulares.

Em suma, enquanto os telefones normais dependem de torres, os telefones via satélite reivindicam todo o céu como sua rede, prometendo uma cobertura verdadeiramente fora deste mundo.

Os salva-vidas no seu bolso

Os smartphones via satélite não são apenas entusiastas da tecnologia que se gabam; eles são verdadeiras tábuas de salvação em emergências. Quando furacões destroem torres de celular, você trabalha fora da rede ou está caminhando em uma zona sem sinal, esses dispositivos se tornam sua rede de segurança. Eles permitem que você envie mensagens SOS e coordenadas para equipes de resgate.

No entanto, para aventureiros, viajantes globais e profissionais que trabalham em zonas remotas ou no mar, estes dispositivos não são apenas ferramentas de segurança. Eles são cruciais para permanecerem ligados à família e aos amigos, não importa quão fora do comum estejam.

Os pioneiros: Apple, Samsung e Huawei

A arena dos smartphones com suporte a satélite está esquentando, com gigantes da tecnologia como Apple, Samsung e Huawei se juntando à corrida das conexões cósmicas. A série iPhone 14 da Apple mudou as coisas ao introduzir o SOS de emergência via satélite, permitindo que os usuários enviassem sinais de socorro mesmo fora da rede. Para não ficar para trás, a Samsung está supostamente se preparando para trazer recursos de satélite para seus dispositivos, garantindo que os usuários do Galaxy permaneçam conectados, não importa aonde suas aventuras os levem. Os detalhes ainda estão em segredo, mas a expectativa é altíssima.

Enquanto isso, a Huawei já deu o salto com sua série Mate 50, exibindo recursos de mensagens via satélite que mantêm você conectado quando as redes celulares ou Wi-Fi estão desaparecidas. Mas lembre-se de que esse recurso só funciona em ambientes externos e na China continental, usando o sistema de navegação Beidou.

É um salto ousado para o futuro da comunicação global, provando que o céu é apenas o começo, não o limite.

Por que não usamos todos smartphones via satélite?

Quer saber por que os smartphones via satélite ainda não assumiram o controle? Bem, tudo se resume ao custo, pelo menos por enquanto. Lançar satélites ao espaço é caro, e a tecnologia para tornar seu telefone compatível com satélite aumenta as despesas. No entanto, à medida que mais pessoas aderem ao movimento e a tecnologia continua avançando, espera-se que os preços caiam. Basta pensar nos primórdios das TVs de tela plana: antes um luxo, agora um produto básico doméstico. Além do custo, há mais para refletir:

  • Desempenho: Apesar da cobertura global, as conexões via satélite têm seus limites. Eles geralmente vêm com velocidades de dados mais lentas e maior latência do que as redes celulares.
  • Funcionalidade limitada: enquanto alguns telefones, como o Huawei Mate 60 Pro, possuem funcionalidade completa de chamadas, outros, como o SOS de emergência via satélite da Apple, seguem o básico, permitindo mensagens de texto para emergências.
  • Vida útil da bateria: A comunicação via satélite é mais difícil com a bateria de um telefone do que com conexões celulares, podendo levar a uma vida útil mais curta da bateria.
  • Saturação do mercado: As redes celulares já estão difundidas e oferecem planos económicos a nível mundial. Isto torna difícil a consolidação da conectividade por satélite, especialmente tendo em conta os seus actuais limites e custos mais elevados.
  • Foco no uso de emergência: Neste momento, a conectividade via satélite em smartphones parece mais voltada para comunicação de emergência do que para substituir as redes celulares tradicionais. O céu é o limite, mas é um trabalho em andamento.

O futuro chama: Smartphones híbridos?

O potencial dos smartphones via satélite é ilimitado. À medida que a tecnologia evolui, podemos antecipar modelos mais acessíveis, melhor duração da bateria e designs mais elegantes. Empresas como a SpaceX e a OneWeb estão a trabalhar para cobrir a Terra com satélites, prometendo cobertura e conectividade ainda melhores. Isso pode significar que, em um futuro não tão distante, chamadas perdidas e notificações de “Sem serviço” poderão se tornar relíquias do passado.

Smartphones híbridos como o Skyfone mencionado anteriormente poderia oferecer uma solução sólida. Eles reúnem todas as vantagens de um smartphone Android, mas mudam suavemente para sinais de satélite quando necessário. Com o seu cartão SIM inserido, esses dispositivos se conectam à conexão via satélite da Thuraya (fabricante do telefone) quando você está fora da rede. É semelhante ao roaming e, assim como o roaming, você paga um pouco mais pelos minutos de conversação gastos no link de satélite.

Os smartphones híbridos podem de fato ser o futuro, mas, honestamente, para usuários que realmente precisam deles. A maioria de nós raramente se depara com situações que exigem uma conexão via satélite; nossas redes celulares são suficientes. Conseqüentemente, gastar mais de US $ 1.000 em um telefone híbrido pode fazer sentido apenas para aqueles que precisam de um, mas ainda desejam a funcionalidade do smartphone.

Mencionei US$ 1.000, mas a realidade pode doer mais. Veja o Thuraya X5-Touch, o precursor direto do Skyphone, por exemplo. Ele rodava no Android 7 com especificações desatualizadas até para a época, mas ostentava um alto preço de varejo (cerca de US$ 1.300). Considerando isso, o recém-revelado Skyphone, embora seu preço não seja divulgado, poderá aumentar ainda mais o custo.

Vamos encerrar

Os smartphones via satélite estão revolucionando a forma como pensamos sobre a comunicação, quebrando barreiras e garantindo que ninguém esteja realmente desconectado. Embora, se você pensar bem, de vez em quando, pode ser uma boa coisa ficar fora da rede (é claro, por opção).

À medida que estamos à beira desta nova era, fica claro que o futuro da comunicação não consiste apenas em conectar pessoas; trata-se de conectar pessoas em todos os lugares (o antigo slogan da Nokia, alguém?). Da próxima vez que você olhar para o céu noturno, lembre-se: há uma rede de satélites garantindo que permaneçamos conectados e, em breve, essa conectividade poderá estar no seu bolso.

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