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A saúde dos oceanos deve ser uma prioridade no ordenamento do espaço marinho

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A saúde dos oceanos deve ser considerada uma prioridade nas políticas de ordenamento do espaço marinho, afirma um estudo divulgado ontem, que também destaca a necessidade de coordenação na luta contra as alterações climáticas.

Estas conclusões constam de um estudo internacional publicado hoje na revista científica “npj Ocean Sustainability”, coordenado por um investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

A Faculdade de Ciências explicou em comunicado que o estudo identificou um conjunto de 10 elementos básicos que potenciam o desenvolvimento e implementação de processos de planeamento sustentável para a utilização dos oceanos, começando com quatro princípios necessários para apoiar a tomada de decisões.

Além de priorizar a saúde dos oceanos como estratégia central, os investigadores reconhecem que as políticas de ordenamento do espaço marinho devem estar alinhadas com as medidas relativas às alterações climáticas, bem como incorporar “conhecimento social e questões de equidade no desenvolvimento colaborativo” dos planos.

Acrescentam que a visão do planeamento deve ser sistemática e integrada, reconhecendo “a complexidade, as interações e a dinâmica que existem no campo da gestão”.

O estudo também propõe seis caminhos operacionais, em linha com os princípios identificados, incluindo a integração do conhecimento climático, a identificação de soluções de adaptação e mitigação das alterações climáticas baseadas nos oceanos e a promoção de um planeamento resiliente.

“Embora existam processos de ordenamento do espaço marinho em desenvolvimento em mais de 75 países em todo o mundo, ainda não existe um plano que tenha conseguido integrar as alterações climáticas de forma abrangente”, observou a investigadora Catarina Fracão Santos em comunicado.

O estudo também recomenda o desenvolvimento de planos proativos que explorem cenários futuros e, embora flexíveis, também garantam alguma segurança jurídica.

Propõe-se também a construção de discursos entre os decisores políticos, o sector privado, a sociedade civil e outras partes interessadas, a fim de “mudar as percepções sobre a importância da sustentabilidade dos oceanos e das alterações climáticas”.

Além de Catarina Fracão Santos, participaram no estudo cientistas da África do Sul, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos, Itália e Reino Unido.

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