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A rentabilidade dos grãos leva à diminuição da área cultivada, o que preocupa os produtores

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O Sindicato dos Agricultores Portugueses alertou que a baixa rentabilidade dos cereais, comparativamente a outras culturas como os olivais ou as amendoeiras, levará este ano a uma diminuição da área cultivada em cerca de 10 mil hectares.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção global de cereais atingirá 2.854 milhões de toneladas em 2024, uma nova conquista histórica.

Contudo, em Portugal, segundo dados do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), “teremos uma nova redução da área cerealífera, cerca de 10 mil hectares (-4%)”, notou em resposta a Losa, vice-presidente da União dos Agricultores de Portugal (CAP ), Pedro Pimienta.

Segundo um membro do Conselho de Administração da Anpromis – Associação dos Produtores de Milho e Sorgo de Portugal, este “preocupante declínio” está ligado à baixa rentabilidade do grão face a outras alternativas, como os olivais e os pomares de amendoeiras, sobretudo ao sul do rio Tejo.

A norte do Rio Crown, os declínios estão associados ao aumento do número de javalis e à consequente destruição das colheitas, resultando no abandono de “pequenas manchas de cereais no meio de culturas permanentes”.

Esta situação acarreta, como aponta a Política Agrícola Comum, “graves consequências ambientais”, devido à “ininterrupção do ‘combustível’”, ou seja, o mato, nos incêndios rurais.

A maior descida será no caso do milho grão, que terá uma área inferior de 6.026 hectares, seguido do sorgo (-2.653) e da aveia (-1.948).

Depois vem o corte transversal de cevada (-988 hectares), cevada (-808), centeio (-368) e arroz (-208).

Na direção oposta, foram observados aumentos para milho para silagem (1.100 ha), triticale (977), trigo mole (372) e trigo duro (337).

“A redução da área cultivada com cereais terá um impacto muito negativo no necessário aumento do grau do nosso autoabastecimento de cereais, o que o punirá severamente”, frisou Pedro Pimenta.

Portanto, para a União, é urgente a adoção de medidas de apoio ao rendimento dos produtores nacionais de cereais, caso contrário Portugal poderá entrar num “caminho sem volta, cada vez mais dependente de terceiros”.

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