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A Itália tem sido a principal porta de entrada dos migrantes que chegaram à Europa de forma irregular no último trimestre. Mais de metade das entradas nas fronteiras comunitárias (27.651 nos primeiros três meses de 2023), segundo a Frontex, a agência europeia de fronteiras, ocorreu por via marítima através da rota do Mediterrâneo central. O fenômeno, embora ocorresse em menor escala, não é novo. Há uma década é o principal cavalo de batalha eleitoral na Itália, especialmente à direita. Por isso, e dado o aumento nos últimos três meses (os números quadruplicaram face ao ano anterior), o governo italiano presidido pela extrema-direita Giorgia Meloni decretou estado de emergência na tarde de terça-feira para fazer face à situação. Uma medida inusitada – só havia sido aplicada para esses fins em 2011, durante o último mandato de Silvio Berlusconi – que responde a diferentes questões: o grande aumento de desembarques, a falta de capacidade de um sistema de recepção desmantelado e um claro alerta ao União Europeia sobre a necessidade de abordar conjuntamente este desafio.
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