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A acústica subterrânea amplifica a saúde do solo

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Quase inaudíveis aos ouvidos humanos, os solos saudáveis ​​produzem uma cacofonia de sons que assumem muitas formas, um pouco como um concerto underground violento de bolhas e estalos.

Gravações especiais feitas por ecologistas da Universidade Flinders, na Austrália, mostram que esta confusão caótica de paisagens sonoras pode ser uma medida da diversidade de pequenos animais terrestres que emitem sons à medida que se movem e interagem com o seu ambiente.

Com 75% do solo mundial degradado, uma comunidade repleta de espécies subterrâneas enfrenta um futuro terrível sem restauração, afirma o ecologista microbiano Jake Robinson, do Laboratório Frontiers for Ecological Restoration da Escola de Ciências e Engenharia da UCLA. Flinders.

Ele diz que este novo campo de pesquisa visa explorar vastos ecossistemas ocultos, onde vivem quase 60% das espécies da Terra.

“Restaurar e monitorar a biodiversidade do solo é mais importante do que nunca”, destaca.

Embora ainda numa fase inicial, a ecoacústica está a emergir como uma ferramenta promissora para detectar e monitorizar a biodiversidade do solo, tendo já sido utilizada nas florestas australianas e noutros ecossistemas no Reino Unido.

“A complexidade e diversidade do som é muito maior em terrenos vegetados e residuais do que em terrenos limpos, tanto in situ como em câmaras de atenuação sonora”, acrescenta.

“A complexidade e a diversidade sonora também estão altamente relacionadas à abundância e riqueza dos invertebrados do solo”, explica.

O último estudo, no qual participou o professor Chen Sun, especialista da Academia Chinesa de Ciências, comparou os resultados da monitorização acústica da vegetação remanescente com parcelas de terrenos degradados e terrenos revegetados há 15 anos.

O monitoramento acústico passivo utilizou diferentes ferramentas e indicadores para medir a biodiversidade do solo durante cinco dias na área de Mount Bold, em Adelaide Hills, no sul da Austrália.

Um amostrador subterrâneo e uma câmara de atenuação sonora foram utilizados para registrar as comunidades de invertebrados do solo, que também foram contadas manualmente.

“A complexidade acústica e a diversidade das nossas amostras estão claramente relacionadas com a abundância de invertebrados do solo – desde minhocas e besouros a formigas e aranhas – e parecem ser um reflexo claro da saúde do solo”, diz Robinson.

“Todos os organismos produzem sons, e os nossos resultados preliminares indicam que diferentes organismos do solo produzem diferentes perfis sonoros, dependendo da sua atividade, forma, apêndices e tamanho”, acrescenta.

“Esta tecnologia é promissora para responder à necessidade global de formas mais eficazes de monitorizar a biodiversidade do solo para proteger os mais diversos ecossistemas do nosso planeta”, conclui.

 

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