Estudos/Pesquisa

Promovendo o bem-estar dos cavalos com um método de triagem de doenças intestinais

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Pesquisadores da Universidade de Jyväskylä, Finlândia, estão desenvolvendo um método promissor para dar suporte ao diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais (DII) em cavalos. A conscientização sobre a prevalência de DII em humanos e animais aumentou nas últimas décadas, e a necessidade de métodos diagnósticos eficazes e acessíveis se tornou cada vez mais urgente. Este estudo é o primeiro a mostrar uma associação entre a composição da microbiota intestinal e os tipos crônicos de DII em cavalos.

Doenças inflamatórias intestinais (DII) se tornaram mais comuns em humanos e animais. A DII agora é uma doença bastante comum também em cavalos, causando sérios desafios de bem-estar, como perda de peso, desempenho reduzido e comportamentos relacionados à dor. Os sintomas podem levar à aposentadoria prematura e até mesmo à eutanásia do cavalo. A DII geralmente é diagnosticada pela observação de sintomas gerais e, finalmente, por endoscopia e exame de uma biópsia retirada da parede intestinal.

“Diagnosticar DII também é caro para o dono e estressante para o cavalo, pois requer jejum, endoscopia e geralmente transporte para um hospital para cavalos”, explica o pesquisador da Academia Silva Uusi-Heikkilä da Universidade de Jyväskylä. Além disso, a endoscopia é desafiadora porque um cavalo adulto tem um trato gastrointestinal longo e a maior parte dele permanece inexplorada durante a endoscopia por razões práticas.

Composição da microbiota estudada a partir de amostras fecais de cavalos

Pesquisadores da Universidade de Jyväskylä exploraram as oportunidades de usar a composição da comunidade bacteriana, ou microbiota, em amostras fecais de cavalo como uma ferramenta de diagnóstico não invasiva para DII. Estudos em outras espécies, como humanos, mostraram que a composição da microbiota intestinal pode ser usada para detectar DII e a progressão da doença. Com base nesse conhecimento, os pesquisadores analisaram a composição da microbiota de amostras fecais de cavalo para determinar se isso pode indicar a presença de DII.

“Observamos diferenças na composição da microbiota intestinal entre cavalos com DII e cavalos saudáveis”, explica Uusi-Heikkilä. As abundâncias relativas de certos grupos bacterianos foram encontradas aumentando ou diminuindo em cavalos com DII”, acrescenta ela.

Inteligência Artificial Utilizada na Pesquisa

Usando avaliações da composição da microbiota, os pesquisadores desenvolveram um modelo de aprendizado de máquina para prever DII com base na composição de espécies da microbiota em amostras fecais.

“Este modelo de rede neural baseado em IA previu DII nas amostras de teste com 100% de precisão”, diz pesquisador de pós-doutorado Tina Savilammida Universidade de Jyväskylä. O próximo passo é testar ainda mais o modelo e melhorar seu desempenho com mais amostras, ela acrescenta.

Benefícios do novo método de diagnóstico para humanos e animais

Os resultados promissores dos pesquisadores sugerem que, no futuro, analisar a composição de espécies da microbiota em amostras fecais pode se tornar um método preciso, econômico e não invasivo para dar suporte à triagem de DII em cavalos. Esse avanço pode reduzir o estresse e o fardo financeiro associados aos métodos diagnósticos atuais, beneficiando tanto os cavalos quanto seus donos.

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