Estudos/Pesquisa

Até mesmo os animais marinhos em habitats intocados correm risco devido aos impactos humanos

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As mudanças climáticas e uma série de outros impactos humanos estão colocando os animais marinhos em risco de extinção — mesmo aqueles que vivem em habitats marinhos quase intocados e em regiões costeiras diversas — relata um novo estudo de Casey O’Hara, do Centro Nacional de Análise e Síntese Ecológica da Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA, e colegas, publicado em 18 de setembro de 2024 no periódico de acesso aberto. PLOS UM.

As atividades humanas em terra e no mar, em combinação com as mudanças climáticas, estão degradando os ecossistemas costeiros, aumentando o risco de extinção de várias espécies e ameaçando importantes serviços ecossistêmicos dos quais os humanos dependem. Para lidar efetivamente com essas ameaças, no entanto, é importante entender onde e em que extensão os estressores causados ​​pelo homem estão impactando os ecossistemas marinhos.

Em um novo estudo, pesquisadores estimaram o impacto das atividades humanas em mais de 21.000 espécies de animais marinhos em todo o mundo, levando em consideração sua exposição e vulnerabilidade a estressores, incluindo pesca, transporte e ameaças terrestres. Eles então mapearam os impactos em todo o oceano global, identificando locais onde os impactos causados ​​pelo clima se sobrepõem a outros estressores causados ​​pelo homem.

A análise dos pesquisadores mostrou que mesmo habitats relativamente intocados ainda podem abrigar espécies em risco elevado. Além disso, muitas regiões costeiras com alta diversidade de espécies podem estar em risco maior do que se imaginava anteriormente, com base em estudos anteriores que se concentraram em habitats, não em espécies. Os pesquisadores também descobriram que os impactos das mudanças climáticas — ou seja, temperatura elevada da superfície do mar e acidificação do oceano — foram maiores do que outros estressores causados ​​pelo homem, independentemente do ecossistema estudado.

Os corais foram o grupo marinho com maior risco geral, com moluscos como lulas e polvos, equinodermos como estrelas-do-mar e ouriços-do-mar, e crustáceos como camarões, caranguejos e lagostas também considerados de risco especialmente alto.

Os resultados deste trabalho fornecem uma compreensão mais completa de quais espécies e habitats estão em risco, e onde os conservacionistas devem direcionar seus esforços. Os pesquisadores esperam que esses dados possam ser combinados com informações socioeconômicas para ajudar a priorizar ações de conservação eficazes, economicamente eficientes e socialmente equitativas para beneficiar tanto a natureza quanto as pessoas.

Casey O’Hara acrescenta: “Nossa abordagem focada em espécies ajuda a identificar práticas e atividades espacialmente definidas que mais afetam espécies marinhas em risco. Embora proteções gerais, como reservas marinhas exclusivas, sejam eficazes na conservação da biodiversidade marinha, elas também podem impor dificuldades econômicas aos moradores locais e provocar oposição política. Acreditamos que nosso trabalho revela oportunidades para intervenções direcionadas politicamente viáveis ​​e econômicas para reduzir os impactos à biodiversidade, como restrições focadas em equipamentos de pesca, melhorias agrícolas para reduzir o escoamento de nutrientes e incentivos para reduções na velocidade de embarque.”

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