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O termo “terroristas climáticos” foi nomeado a “não-palavra” da Alemanha para 2022, de acordo com um júri de linguistas em Marburg, em Hessen, que disse que o termo desacreditava as pessoas que faziam campanha por medidas de proteção climática e conformidade com o Acordo Climático de Paris.
O júri criticou a frase “terroristas climáticos” por difamar e criminalizar ativistas. A crise climática, a guerra da Rússia à Ucrânia e o discurso migratório dominaram a busca pela “não-palavra” de 2022.
O termo ‘terroristas climáticos’ muda o foco do debate sobre o clima
De acordo com o júri, o protesto não violento e a resistência democrática são colocados no contexto de serem antiestatais ao equiparar ativistas climáticos ao terrorismo. O foco do debate muda do que o júri considerou ser “exigências substantivas justificadas” sobre como lidar com os ativistas.

Ao usar o termo, a ameaça global representada pelas mudanças climáticas não está mais no centro do debate. Da mesma forma, a demanda dos ativistas por medidas políticas efetivas para combater a crise também não recebe atenção suficiente. Em vez disso, o foco do debate público muda para como reagir aos manifestantes com ramificações políticas ou legais, explicou o júri.
Aumentar a conscientização sobre o uso enganoso ou desumano da linguagem
Na “Não-Palavra do Ano” (Unwort des Jahres), termos desumanos ou impróprios que violam o princípio da dignidade humana, encobrem enganosamente algo negativo ou discriminam desde 1991, segundo especialistas.
O júri, composto principalmente por linguistas, quer chamar a atenção para o “uso indiferenciado, ofuscante ou difamatório da linguagem pública” em geral e conscientizar as pessoas sobre o assunto.
No ano passado, o termo “pushback” foi escolhido como a “não-palavra” do ano. O comitê explicou que encobriu um processo desumano de rechaçar os requerentes de asilo e migrantes nas fronteiras.
los/rs (epd, AFP, dpa)
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