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Um tribunal federal dos Estados Unidos indiciou na sexta-feira três homens acusados de conspirar para assassinar um cidadão americano que já havia sido alvo do governo iraniano.
Embora o Departamento de Justiça não tenha identificado a vítima, a jornalista e ativista Masih Alinejad confirmou à agência de notícias AP que ela era o alvo do plano de assassinato.
Rafat Amirov, do Irã, Polad Omarov, da República Tcheca, e Khalid Mehdiyev, de Nova York, foram acusados de assassinato de aluguel e lavagem de dinheiro, informou o Departamento de Justiça dos EUA em comunicado. Os três foram descritos como membros de uma organização criminosa do Leste Europeu com ligações com o Irã.
O que sabemos sobre o enredo?
Mehdiyev foi preso em julho do ano passado após vigiar a casa da vítima, enquanto portava uma AK-47. Omarov foi preso na República Tcheca em 4 de janeiro. Os EUA vão pedir sua extradição. Enquanto isso, Amirov chegou a Nova York na quinta-feira, enquanto reside no Irã.
“Conforme alegado, os réus são membros de um grupo do crime organizado contratado para assassinar, aqui mesmo na cidade de Nova York, um cidadão americano de origem iraniana que tem criticado a autocracia do regime e seu desrespeito aos direitos humanos”, disse o procurador-geral Damian Williams para o Distrito Sul de Nova York.
Se condenados, Amirov e Omarov podem pegar até 40 anos de prisão, disse o Departamento de Justiça. Mehdiyev pode ser condenado a até mais cinco anos pela acusação de porte de armas, totalizando até 45 anos.
O que sabemos sobre a vítima?
Alinejad twittou na sexta-feira, dizendo que estava ciente da acusação de três homens contratados para matá-la em solo americano.
“Os Guardas Revolucionários Islâmicos conduzem essas operações terroristas há quatro décadas”, disse ela.
O advogado dos EUA, Williams, disse que esta foi a segunda vez em dois anos que o FBI frustrou conspirações contra a mesma pessoa.
Em 2021, funcionários e ativos da inteligência iraniana supostamente planejaram sequestrar Alinejad nos Estados Unidos.
As autoridades americanas ainda não forneceram detalhes sobre uma possível ligação entre o plano de assassinato e o governo iraniano.
Alinejad é conhecida por suas críticas ao regime islâmico do Irã. Ela é a fundadora do movimento My Stealthy Freedom, que incentiva as mulheres no Irã a tirarem seus hijabs.
O Irã tem sido alvo de protestos em todo o país desde a morte de Jina Mahsa Amini, de 22 anos, uma mulher curda, enquanto estava sob custódia da polícia moral em setembro passado.
rmt/ (AFP, Reuters)
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