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Cientistas dizem ter criado camundongos usando óvulos originados de células masculinas, em uma descoberta que pode um dia abrir caminho para que casais humanos do sexo masculino tenham filhos.
Os pesquisadores afirmam que criaram os óvulos com sucesso, transformando pares de cromossomos masculinos XY das células da pele de camundongos machos em pares de cromossomos femininos XX.
Isso foi conseguido convertendo as células da pele em células-tronco, excluindo os cromossomos Y, copiando os cromossomos x e, em seguida, emparelhando as cópias com os cromossomos X originais.
Isso permite que a célula-tronco seja programada para se tornar um óvulo. O óvulo foi então fertilizado com esperma de outro camundongo.
Os pesquisadores dizem que a técnica foi usada para criar sete filhotes de camundongos, que pareciam saudáveis e tinham uma vida útil normal.
E eles acreditam que a técnica poderia um dia ser usada para permitir que casais humanos do sexo masculino tenham filhos juntos usando um óvulo criado a partir de suas próprias células.
Também pode ser usado para tratar a síndrome de Turner – uma condição genética que afeta apenas mulheres e ocorre quando um dos cromossomos X está ausente ou parcialmente ausente.
Mas o professor Katsuhiko Hayashi, da Universidade de Osaka, que realizou a pesquisa e a apresentou no encontro de edição de genes humanos no Crick Institute em Londres na quarta-feira, disse que pode levar anos até que sua técnica seja usada com sucesso em células humanas.
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Ele também alertou que pode ser difícil replicar com células humanas, que requerem um período mais longo de cultivo para produzir um óvulo maduro.
O professor Mitinori Saitou, também palestrante do evento, disse que o período de cultivo mais longo aumenta as chances de acúmulo de anormalidades nas células.
Mas o professor Hayashi disse estar otimista de que os problemas atuais possam ser superados em dez anos e que sua equipe agora tente replicar o estudo com células humanas.
O professor George Daley, da Harvard Medical School, que não está envolvido na pesquisa, a descreveu como “fascinante”.
Mas ele disse que usar a técnica em células humanas seria “mais difícil que o mouse”.
Os resultados do estudo já foram submetidos para publicação na revista científica Nature.
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