.

Joana Avila, residente na Terceira, criou uma capa feita de plástico marinho reciclado, que pode ser usada como saco, mochila, toalha ou vestido, para promover o sucesso da campanha que visa salvar a tosquia nos Açores.
Tudo começou quando Joanna Avila, profissional de marketing, criou a marca Begs&Bags em 2021, com o objetivo de sensibilizar para a poluição marinha, através da história fictícia de um cachalote chamado Begs, que nasceu nos Açores.
Biggs, cuja saga foi publicada em dois livros – um destinado aos jovens e outro para maiores de nove anos – embarca numa viagem ao Japão para partilhar a história de como os Açores deixaram de caçar baleias e se dedicaram à monitorização.
“É tudo sobre a viagem de Biggs, este cachalote que nasceu nos Açores, mas que viaja para o Japão, porque quer contar-nos como deixámos a caça às baleias aqui. “Ela está convencida que eles seguirão o nosso exemplo quando ouvirem o história”, explicou Joana Avila à Lusa.
Quando foi descoberto um cachalote açoriano a vasculhar as águas pelo caminho, foi criada uma peça de moda para promover a ave marinha, denominada coleção MantoQR, que foi apresentada na AR&PA – Bienal Cultural Ibérica de Património, que arrancou quinta-feira em Angra do Heroísmo, na Terceira. A ilha, e terminou ontem.
“Ao longo deste projeto, sempre procurei não ser crítico, mas sim comemorar as vitórias. Comemorei a vitória de acabar com a caça às baleias. Agora vou comemorar a conservação do shearling que foi alcançada. Em dez anos, já salvamos mais de 50 mil tosquis.” Através da campanha SOS Cagarra.
O lançamento da peça coincide com a época de migração das cagarras e com o início da campanha SOS Cagarra (que começou sábado em Santa Maria), que foi implementada pela primeira vez em 1995 pelo governo regional, em parceria com diversas instituições.
A capa, feita de plástico marinho reciclado, é inspirada no “furoshiki” japonês (pano reutilizável) e tem múltiplas utilizações dependendo do arranjo: “O mesmo tecido pode servir para fazer uma bolsa, uma mochila, uma toalha e até um vestido .”
Cada peça contém um “código QR” que mostra uma história sobre a “bela campanha” em que “participam cidadãos, instituições privadas e públicas” na proteção das cagarras dos Açores, onde vive 75% da população mundial.
“É uma história curta, fictícia, na qual procuro narrar de forma lúdica o comportamento do molho d’água e o sucesso da campanha. É uma história de amor e esperança. Se nós, humanos, nos unirmos, poderemos alcançar um Essa é a mensagem principal”, afirma.
O gel de água é também evocado pelo “movimento do tecido” e pelo “brilho” da coleção MantoQR, que “em breve” será vendida online em formato de pré-venda para “evitar desperdícios”.
Joanna Avila, que faz a sua “base” em Amesterdão, mas divide o seu tempo entre a Holanda, a Terceira e a Ásia, já criou outra peça a partir de materiais reciclados sob o patrocínio da Begs&Bags, chamada AzoreanHood, inspirada no tradicional poncho e argamassa de a região. Ilhas dos Açores.
Para Joanna Avila, que continua a “viver do marketing”, Biggs é um “projeto pessoal” que usa a moda como um “chamado à atenção” para a conservação dos oceanos.
“A Begs&Bags continua a ser o meu projeto pessoal. É aqui que coloco aquilo em que acredito. Representa tudo o que amo e tudo o que me importa. Este é o contributo que quero dar.”
.