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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, denunciou o bloqueio da entrada de ajuda em Gaza, descrevendo o risco iminente de fome como um “ultraje moral”.
“É hora de realmente inundar Gaza com ajuda vital. A escolha é clara: aumento repentino ou fome”, disse Guterres no lado egípcio da fronteira de Rafah.
Quase metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza enfrentam uma insegurança alimentar catastrófica, com risco de fome até ao final de Maio se não houver um cessar-fogo ou se não houver acesso sustentado à ajuda, de acordo com um relatório apoiado pela ONU.
O secretário-geral da ONU ficou ao lado de uma longa fila de caminhões que agências humanitárias internacionais e o secretário de Relações Exteriores Lord Cameron culpou Israel. Eles afirmam que alguns suprimentos ficaram presos na fronteira por quase três semanas.
Guterres também renovou os apelos a um “cessar-fogo humanitário imediato” – depois de mais de 32 mil palestinos terem sido mortos pela ofensiva militar de Israel, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.
Num comunicado, o chefe da ONU disse que era hora de “silenciar as armas”, já que os habitantes de Gaza “permanecem presos num pesadelo ininterrupto”.
Ele acrescentou: “Comunidades destruídas. Casas demolidas. Famílias e gerações inteiras exterminadas. Com a fome e a inanição perseguindo a população. Qualquer novo ataque tornará tudo pior.”
Questionado sobre as preocupações de Guterres, o gabinete de Netanyahu referiu-se a uma publicação nas redes sociais do ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, que acusou o chefe da ONU de permitir que a organização se tornasse “anti-semita e anti-israelense”.
A visita de Guterres ao território ocorre durante Ramadã, com ele exigindo a libertação imediata de todos os reféns israelenses no “espírito de compaixão” do mês sagrado.
Netanyahu continua com ofensiva em Rafah
Pensa-se que o Hamas ainda mantém cerca de 100 reféns israelitas, tendo já matado vários desde os ataques de 7 de Outubro – durante os quais 1.200 israelitas foram mortos.
Recentemente propôs um acordo para um cessar-fogo, oferecendo reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos.
Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ignorou as preocupações ocidentais de que um ataque a Rafah, actualmente lar de cerca de 1,5 milhões de palestinianos, iria “isolar ainda mais” sua nação.
Ele disse que deixou “extremamente claro” ao presidente dos EUA, Joe Biden, que pretendia prosseguir com a ofensiva, acreditando Hamasos batalhões restantes estão escondidos lá.
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Oito pessoas morreram na sexta-feira num ataque aéreo a uma casa em Al Naser, a leste de Rafah. E os combates ocorreram no sábado em torno do maior hospital de Gaza, Shifa.
As Forças de Defesa de Israel disseram ter matado mais de 170 militantes no hospital desde que começou seu ataque há cinco diasmas as autoridades palestinas descreveram-no como um “crime de guerra” que causou múltiplas vítimas.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que departamentos hospitalares foram incendiados com pacientes ainda dentro, acrescentando que os militares israelenses detiveram profissionais de saúde, pacientes e parentes dentro do complexo.
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