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Durante a noite, as forças israelitas atacaram uma escola em Nuseirat, uma cidade no centro da Faixa de Gaza.
Num comunicado divulgado em 6 de junho, funcionários do Gabinete de Comunicação Social do Governo de Gaza, gerido pelo Hamas, afirmaram que 40 pessoas foram mortas.
Segundo os mesmos responsáveis, 14 dos mortos são crianças. Eles disseram que mais 23 crianças ficaram feridas na greve.
Ao discutir o ataque, um porta-voz militar israelense afirmou que combatentes do Hamas estavam presentes na escola e que foram tomadas medidas para reduzir o risco de vítimas civis.
Segundo especialistas, um fragmento visível em um vídeo verificado pela Sky News pode ser identificado como parte de uma bomba de pequeno diâmetro (SDB) GBU-39 de fabricação americana.
O local da greve
A Sky News verificou a localização deste ataque comparando o vídeo gravado posteriormente com imagens de satélite.
O local foi relatado por quem conhece a área como sendo uma escola em Nuseirat. Características visíveis, incluindo uma seção elevada do telhado, permitiram à Sky News determinar a localização precisa dentro da área.
O edifício específico atingido fica no sul de um grande complexo que abriga edifícios escolares. Imagens de satélite capturadas pela Planet nos dias 24 e 28 de maio mostram que ele fica a menos de 100 metros de uma área ocupada por tendas.
Fragmento de arma visível na filmagem
Em um vídeo postado no Instagram logo após o ataque, pedaços de munição podem ser vistos no chão cercados por destroços.
A Sky News combinou esta seção do vídeo com a cena, comparando um buraco no teto a uma fotografia capturada durante o dia após o ataque.
A presença de um edifício distinto em laranja e branco visível no fundo da fotografia de referência confirma que esta foi tirada no edifício identificado pela Sky News.
Identificando a arma usada
Rahul Udoshi, especialista em armas da empresa de inteligência de defesa Janes, disse que tanto a aparência do objeto quanto os danos vistos no vídeo apontam para que seja um “cone de nariz GBU-39 SDB”.
O ex-técnico de eliminação de munições explosivas do Exército dos EUA, Trevor Ball, também concluiu que o fragmento era de uma GBU-39, dizendo à Sky News que a bomba “tem uma seção sólida muito distinta no nariz do corpo da bomba que dá à munição sua capacidade de penetrar em estruturas de concreto”.
Ball confirmou que os danos visíveis no local eram consistentes com o uso desta arma.
A GBU-39 é uma bomba planadora guiada implantada por aeronaves. Assistido por GPS, foi projetado para facilitar ataques precisos e direcionados.
Feito na América
O SDB GBU-39 foi recentemente objecto de controvérsia, tendo sido identificado pela Sky News e outros como a munição utilizada num ataque que matou dezenas de pessoas em Rafah.
Conforme foi noticiado na época, o GBU-39 é fabricado nos Estados Unidos. De acordo com o banco de dados de transferências de armas Sipri, 1.000 foram enviadas para Israel no final de 2023.
A entrega foi acelerada pela Boeing após o ataque de 7 de outubro e as bombas foram transportadas para Israel a partir de uma base aérea dos EUA, informou a Bloomberg.
Falsas alegações sobre suposta origem indiana tornam-se virais
No dia seguinte ao ataque, um vídeo mostrando um pedaço de metal se tornou viral nas redes sociais, com usuários alegando que provava que uma arma da Índia foi usada.
Embora o objeto em questão tenha a palavra “ÍNDIA” claramente estampada, não faz parte de uma munição.
Uma pesquisa no texto visível no objeto levou a Sky News a uma listagem no eBay. Vendidos em lotes de seis por US$ 10,49 cada, eles são descritos como “Tampões de furo para caixa de parafuso”. Não há registro de que eles tenham sido usados como componente de equipamento militar.
Um especialista consultado pela Sky News confirmou que não se parece com parte de uma munição.
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