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Os anglo-saxões chamam análise de notícias ao artefato jornalístico que o leitor tem em mãos. Consiste em ir a Bruxelas – que o ir, ver e contar ainda é válido -, aproximar-se de diversas fontes nas instituições, colher um punhado de dados (os dados contam histórias) e procurar meia dúzia de especialistas para tentar dizer o que diabos é acontecendo. Todas as armas contêm um presságio: todas as eleições contêm uma questão-chave, uma bala de prata, uma caixa negra que deve ser desvendada naquela expedição ao horizonte que se organiza sempre que as democracias liberais vão votar. Na vizinhança europeia de Bruxelas é evidente que a caixa negra destas eleições é o direito que teremos nos próximos cinco anos. O que está em jogo é a identidade da UE: o centro-direita tem de decidir se a grande coligação dos últimos 60 anos com os sociais-democratas e os liberais continua ou se o PP europeu escolhe aliar-se à supostamente apresentável extrema-direita, com a italiana Giorgia Meloni como estrela brilhante. “Se isso acontecer, estaremos perante uma mutação do projeto europeu”, prevê uma fonte sénior da comunidade.
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