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O Banco Mundial está a preparar um relatório sobre clima e desenvolvimento em Cabo Verde

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A Fundação anunciou que este ano o Banco Mundial apresentará um Relatório sobre Clima e Desenvolvimento (CCDR) dedicado a Cabo Verde, devido aos riscos que o arquipélago enfrenta.

“O Banco Mundial leva a sério estes desafios e está a preparar um relatório sobre clima e desenvolvimento dedicado a Cabo Verde, em estreita cooperação com o governo”, refere o último boletim de actualização económica da instituição.

Fonte do Banco Mundial (BM) contactada pela Lusa disse que a publicação deverá ocorrer ainda este ano.

A Fundação classifica Cabo Verde como “o país em maior risco de desastres climáticos na África Subsaariana e um dos níveis de risco mais elevados a nível mundial”.

Exemplos de tais ameaças incluem secas periódicas de longa duração, desertificação e chuvas intensas que causam inundações repentinas, especialmente em áreas urbanas.

A subida do nível do mar, a erosão costeira e a perda de biodiversidade e de ecossistemas são problemas que afectam particularmente as praias e zonas costeiras, “colocando em causa a sustentabilidade do sector do turismo”, motor da economia.

“As alterações na temperatura da superfície do mar, na salinidade, na acidez e nos níveis de oxigénio poderão ter impactos catastróficos nas pescas”, acrescenta o último Boletim do BM relativamente a outra área de actividade, a pesca, que é responsável pela maior parte das exportações de mercadorias e alimentos. proteção.

No caso de Cabo Verde, um dos objectivos do relatório será ajudar a compreender os impactos das alterações climáticas na quantidade e composição do peixe capturado ao longo do tempo, o que é “vital para construir resiliência e adaptação no sector”.

O relatório do BM destaca a parceria entre o Governo de Cabo Verde e a Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) para a realização de um estudo abrangente sobre os impactos das alterações climáticas nas pescas, com ênfase na importância social e económica do país.

As CCDR foram inicialmente emitidas para 25 países e estão a ser implementadas em todos os países do Grupo Banco Mundial.

O objectivo é envolver os governos, o sector privado, o meio académico, os grupos de reflexão e a sociedade civil no debate sobre as alterações climáticas.

Como documentos públicos, pretendem ajudar a moldar ações dentro da agenda de desenvolvimento e clima, bem como apontar ações de alto impacto que podem atrair financiamento.

“Este diagnóstico central integra as alterações climáticas com o desenvolvimento para ajudar a priorizar as ações mais eficazes para mitigar as emissões de gases com efeito de estufa”, acrescenta o Banco Mundial.

Cabo Verde deu um bom exemplo internacionalmente com a célebre iniciativa de Portugal de trocar a dívida por financiamento orientado para o clima.

Em 2023, Portugal comprometeu-se a ser o primeiro participante no Fundo para o Clima de Cabo Verde, com 12 milhões de euros, para projetos relacionados com a promoção das energias renováveis.

No que diz respeito às alterações climáticas, o FMI está a apoiar o arquipélago com um financiamento de 31,7 milhões de dólares (29,3 milhões de euros) ao abrigo do Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade (RSF).

Este apoio visa apoiar os esforços do governo em áreas relacionadas com a atração de investimento estrangeiro e reformas governamentais para mitigar as alterações climáticas e a transição energética.

O Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Ulises Correa e Silva, defendeu a criação de novos mecanismos de financiamento para que os pequenos estados insulares possam enfrentar as alterações climáticas sem recorrer a fundos de desenvolvimento.

Da mesma forma, defende a utilização de indicadores ajustados às características dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e saúda a criação de um índice de vulnerabilidade multidimensional pelas Nações Unidas, com a capacidade de ajustar a elegibilidade do financiamento às realidades dos países.

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