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Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) estão a explorar os benefícios para a saúde das flores comestíveis, como amores-perfeitos ou cravos, e a melhor forma de consumi-las para maximizar os seus benefícios.
Em comunicado, a FCUP explica hoje que o projeto, intitulado Antho E.flos, visa explorar os benefícios das flores comestíveis, ainda não consumidas na cultura portuguesa.
“O objetivo final deste projeto é perceber como podemos consumir estas flores comestíveis, quanto devemos consumir e qual a melhor combinação de tudo isto para garantir o melhor resultado em termos de nutrição”, foi citado em comunicado. . , líder do projeto Hélder Oliveira.
O investigador do Laboratório Associado de Química Verde (LAQV-REQUIMTE) da FCUP estava a trabalhar com antocianinas, um pigmento natural encontrado na maioria dos alimentos roxos, vermelhos ou azuis e conhecido pelo seu poder antioxidante.
Atualmente, os investigadores estão a trabalhar em diferentes tipos de flores comestíveis, como amores-perfeitos, fidalguinhos, cosmos e flores de ervilha, que ainda não se encontram em Portugal.
Mais recentemente, o cravo, que promete benefícios à saúde devido à sua cor vermelha, foi adicionado às pesquisas.
“A grande maioria das flores comestíveis contém antocianinas hidrolisadas, o que significa que as antocianinas têm diferentes grupos funcionais ligados aos açúcares”, afirma o investigador, acrescentando que esta associação torna as estruturas “substancialmente mais estáveis” do que outros alimentos, como o vinho do Porto. ou frutas vermelhas.
Uma questão que se coloca é qual a melhor forma de aproveitar os benefícios destas flores, tendo os investigadores concluído que estas flores devem ser “minimamente processadas, pois só permanecem estáveis a baixas temperaturas”.
No âmbito do projeto, a equipa da FCUP irá também, através de testes em células que mimetizam as do estômago e intestino, estudar como o corpo absorve os componentes destas flores.
“É importante compreender como o sistema digestivo atual influencia o destino final destas antocianinas, tanto ao nível do seu potencial metabolismo, como de degradação e absorção”, acrescenta Helder Oliveira.
Outra vertente do projeto passa por perceber como enriquecer azeites e vinagres com estas flores, ideia que partiu do Chef Fabio Bernardino e da equipa de Anna Faria, corresponsável pelo projeto e docente da Nova Medical School.
Os investigadores pretendem agora perceber se estas flores podem fazer uma diferença efetiva nos sintomas associados à síndrome metabólica, como a diabetes ou a hipertensão, tendo já submetido um projeto para avaliação.
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o projeto envolve também investigadores da Universidade Nova de Lisboa e da Nova Medical School.
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