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As naves espaciais da missão científica da NASA correm risco de hackers, mas uma nova lei pode ajudar a protegê-las

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As missões da Nasa são alguns dos empreendimentos mais avançados tecnologicamente e criticamente importantes. Das explorações do Mars Rover às missões Artemis à Lua, os projetos da agência espacial expandem os limites da ciência e da tecnologia. No entanto, essas missões também são alvos principais de ataques cibernéticos.

Em um movimento ousado para conter a crescente ameaça desses ataques, os congressistas americanos Maxwell Alejandro Frost e Don Beyer propuseram o Spacecraft Cybersecurity Act. Se aprovada, a legislação obrigaria a agência espacial americana Nasa a revisar a maneira como ela adquire e constrói suas espaçonaves.

Ele teria que incorporar medidas rigorosas de segurança cibernética desde o início do processo de design e desenvolvimento, em um esforço para protegê-los contra ataques.

Proteger essas missões sensíveis contra falhas potencialmente catastróficas se torna ainda mais urgente em meio às crescentes tensões geopolíticas.

Um relatório recente do Government Accountability Office (GAO) expôs vulnerabilidades alarmantes nas práticas atuais de segurança cibernética da Nasa. O relatório destacou que, embora a agência espacial tenha requisitos de segurança cibernética para espaçonaves quando estiverem operacionais, ela não tem diretrizes obrigatórias para incorporar tais proteções no design de espaçonaves durante a aquisição e o desenvolvimento.

Alto risco

Uma violação bem-sucedida pode ter consequências devastadoras, incluindo falha de missão, roubo de dados e riscos à segurança nacional. Por exemplo, um sistema de comunicação comprometido pode tornar uma nave espacial incontrolável, encerrando sua missão prematuramente. As missões da Nasa também geram grandes quantidades de dados científicos valiosos.

O roubo dessas informações sensíveis daria aos adversários acesso a pesquisas e tecnologias avançadas. Os riscos são altos: a perda de controle sobre uma nave espacial pode levar a colisões ou outras falhas catastróficas, colocando em risco não apenas a missão, mas outros ativos no espaço. Os ataques podem até afetar naves espaciais que transportam humanos, como a cápsula Orion da Nasa, projetada para levar astronautas à Lua.

Rover Perseverança
As missões da NASA são alguns dos empreendimentos mais importantes e avançados tecnologicamente.
NASA/JPL-Caltech

Globalmente, a importância da segurança cibernética em operações espaciais está sendo cada vez mais reconhecida. A União Europeia lançou iniciativas de segurança cibernética, como o Programa Espacial da UE e o projeto IRIS², que impulsiona a conectividade baseada em satélite.

A Lei sobre Operações Espaciais da França e a Lei da Indústria Espacial do Reino Unido de 2018 incluem disposições de segurança cibernética. A tão aguardada Lei Espacial da UE também é amplamente esperada para incorporar proteções contra ataques cibernéticos. Esses esforços ressaltam a necessidade de cooperação e padronização internacionais para lidar com ataques cibernéticos no espaço.

Enfrentando os desafios

Se o US Spacecraft Cybersecurity Act for aprovado – e os prazos não foram confirmados, pois ele só foi apresentado à Câmara dos Representantes em 9 de julho deste ano – seu foco exclusivo em espaçonaves permitirá o desenvolvimento de medidas de segurança cibernética precisas e eficazes, adaptadas a projetos específicos. O ato proposto exige que a Nasa atualize suas políticas de aquisição dentro de 270 dias, garantindo a integração oportuna e eficaz dessas proteções essenciais desde os estágios iniciais do desenvolvimento da espaçonave.

No entanto, a Nasa também enfrentou críticas por sua resposta tardia às ameaças à segurança cibernética. Apesar de estar ciente desses problemas desde 2019, a agência citou falta de tempo para não implementar as mudanças necessárias.

Um desafio significativo é o fardo sobre operadores e contratantes menores. A legislação deve fornecer suporte e orientação para ajudar essas empresas a cumprir com os requisitos de segurança cibernética sem sufocar a inovação. Esse suporte pode incluir incentivos financeiros, assistência técnica e uma abordagem de implementação em fases para permitir que empresas menores tenham tempo para se adaptar aos novos padrões.

O monitoramento contínuo dos sistemas de espaçonaves e atualizações periódicas para lidar com ameaças emergentes podem ser componentes vitais do ato. A natureza dinâmica das ameaças exigirá uma abordagem proativa à segurança cibernética. Se o ato dos EUA for aprovado, a Nasa provavelmente será encarregada de implementar revisões e atualizações regulares de suas políticas e protocolos de segurança cibernética.

O US Spacecraft Cybersecurity Act representa um passo fundamental para proteger missões espaciais contra ameaças cibernéticas. Embora as estruturas de segurança cibernética na França e no Reino Unido ainda estejam em seus estágios iniciais e não testadas, elas ressaltam o crescente reconhecimento da necessidade de medidas robustas de segurança cibernética para operações espaciais.

A implementação rápida e os padrões uniformes podem proteger as missões da NASA e estabelecer uma referência global para a segurança cibernética de espaçonaves, aumentando a segurança da exploração espacial para todos.

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