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Como as baleias de barbatanas se adaptaram nos últimos 50 milhões de anos?

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O maior conjunto de dados de genes de cetáceos já reunido ajudou os cientistas da Universidade Flinders a mergulhar mais fundo no azul para compreender o triunfo evolutivo das baleias de barbatanas.

O novo estudo, publicado na revista internacional Gene, explora as principais modificações genéticas destas diversas espécies de baleias nos vastos oceanos do mundo – fornecendo novos conhecimentos sobre os riscos e oportunidades para a sua sobrevivência.

“Na verdade, sabemos muito pouco sobre a diversidade genética das baleias modernas, em comparação com os animais terrestres, por isso estas descobertas fornecem novas informações sobre a sua radiação e as mudanças que ocorreram nos últimos 50 milhões de anos”, diz a doutoranda Gabrielle Ginty. Da Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade Flinders.

O estudo ajuda a explicar os mamíferos intrigantes, desde o gigantismo das maiores baleias azuis e baleias-comuns, até às capacidades de mergulho e migratórias de outras baleias de barbatanas, incluindo baleias jubarte, orcas e baleias cinzentas.

Respondendo às alterações climáticas e outras ameaças

Embora os genes ligados à sobrevivência, ao envelhecimento, ao movimento, à imunidade e à reprodução tenham sido destacados, os investigadores dizem que futuras adaptações terão de responder às alterações climáticas e outras ameaças, incluindo a poluição marinha e as doenças.

“Por exemplo, descobrimos que genes que melhoram a imunidade eram importantes para as maiores espécies, a baleia-comum, e para o maior animal do mundo, a baleia azul”, diz Ginty, do Laboratório Flinders de Ecologia, Comportamento e Evolução (CEBEL) e o Laboratório de Ecologia Molecular da Universidade Flinders (MELFU).

“As suas adaptações adicionais relacionadas com o sistema imunitário podem ajudar estas espécies a atingir o seu grande tamanho sem sofrer problemas de saúde adversos, como tumores e cancro, que estão normalmente associados ao aumento do tamanho corporal e à rápida geração de células”.

A pesquisa utilizou um conjunto de dados de 10.159 genes de 15 espécies de cetáceos e duas espécies terrestres – hipopótamos e vacas (O hipopótamo anfíbio e Bos taurus) – que são considerados os parentes terrestres mais próximos das baleias.

As baleias-de-bico são altamente móveis e vivem em alto mar, o que as torna difíceis de estudar.

Os cetáceos (baleias, golfinhos e botos) diversificaram-se em inúmeros grupos desde que deixaram a terra ao longo da história para o mundo aquático, diz Luciana Muller, coautora e professora associada da Universidade Flinders.

Esta diversificação deu origem a pelo menos 89 espécies principais, divididas em duas subordens principais: 74 das quais pertencem à família. Acácia (baleias dentadas, golfinhos e botos) e 15 a Sufis (baleias de barbatanas), que possuem placas de barbatanas para se alimentarem por meio de filtragem. – comparado com Acácia Ou baleias dentadas.

O último estudo concentra-se em palinopterídeos (família Balaenopteridae Subordinar Sufis(É representado por nove espécies conhecidas que se distinguem pela presença de sulcos na garganta e no peito, pela capacidade de realizar migrações que cobrem grandes partes do globo e pelo fato de seus filhotes crescerem muito rapidamente.

“Ao identificar genes selecionados positivamente e termos fenotípicos ricos para mamíferos, esta pesquisa lança luz sobre as adaptações genéticas e fisiológicas que fundamentam a diversificação e especialização em palinopterídeos”, diz Ginty.

O professor associado Müller diz que este estudo abrangente fornece mais evidências da evolução adaptativa bem-sucedida nas baleias.

“Isto permitiu-lhes prosperar no seu ambiente aquático e diversificar-se em espécies distintas com diferenças de tamanho, forma, sistemas de acasalamento, estratégias de alimentação e capacidades de mergulho”, destaca.

“Este trabalho avança a nossa compreensão dos mecanismos genéticos subjacentes à evolução das baleias de barbatanas e fornece novos conhecimentos sobre o seu triunfo evolutivo”, acrescenta.

Pesquisas recentes sugerem que o enorme aumento no tamanho foi o passo final na evolução das baleias modernas, provavelmente impulsionado por um melhor isolamento térmico em corpos maiores.

Além disso, as baleias de barbatanas possuem uma ampla gama de mecanismos de alimentação relacionados a uma série de estratégias energéticas e nichos ecológicos.

Apesar das formas corporais semelhantes, os balinoptridídeos variam desde a pequena baleia minke comum (Balaenoptera acutostrata) que atinge cerca de 7 a 8 metros de comprimento, atingindo o maior mamífero da Terra, que é a baleia azul ((Palenoptera musculus)Que ultrapassa os 30 m.

O artigo “Into the Blue: Explorando os mecanismos genéticos por trás da evolução das baleias de barbatanas” (2024) de Gabriele Ginty, Jonathan Sandoval Castillo, Luciano P. Hergaray e Luciana M. Müller é publicado na Jane (Elsevier).

 

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