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O assassinato a sangue frio de um policial de 33 anos na quarta-feira, no coração de Santiago do Chile, deixou clara a profunda crise de segurança que o país enfrenta. O governo de Gabriel Boric, que iniciou sua administração há um ano e um mês sem ter a ordem pública entre suas prioridades, tem sido pressionado a fazer do controle do crime sua principal prioridade. Para um governo liderado por uma nova geração de esquerda que teve as liberdades públicas entre suas bandeiras, constitui uma grande reviravolta. A mudança começou no dia 4 de setembro, quando 62% dos chilenos rejeitaram a proposta de uma nova Constituição apoiada pelo La Moneda, que após a convulsão eleitoral decidiu assumir a agenda política que tem impacto cotidiano na vida das pessoas, como o controle do crime em si. O assassinato do policial nesta semana, porém, o terceiro no mês passado, representou uma virada para a sociedade e para a própria política. É o contexto em que tanto o Governo quanto o Parlamento concordaram em aprovar 10 projetos de lei sobre segurança pública nos próximos 90 dias.
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