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Acasalamento causa ‘jet lag’ em moscas-das-frutas fêmeas, mudando o comportamento – Strong The One

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Uma técnica inovadora de pesquisadores da Cornell University descobriu que a proteína do fluido seminal transferida de moscas-das-frutas machos para fêmeas durante o acasalamento altera a expressão de genes relacionados ao relógio circadiano da mosca.

A descoberta, publicada no Anais da Academia Nacional de Ciênciaspoderia ajudar a explicar como essa proteína, chamada de peptídeo sexual, altera o comportamento da fêmea.

Pós-acasalamento, o peptídeo sexual demonstrou provocar aumento da postura de ovos, agressão, atividade e alimentação, enquanto reduz o sono e o interesse em acasalar em fêmeas não acasaladas anteriormente.

“As moscas gostam de comer em certas horas do dia”, disse Mariana Wolfner, professora de biologia molecular e genética e uma das autoras sênior do artigo. “Eles dormem em determinados horários, e o mecanismo do relógio circadiano controla quando as moscas provavelmente farão essas coisas.

“O que estamos vendo”, disse ela, “é que esses mesmos comportamentos – como dormir e comer – são alterados após o acasalamento pelo peptídeo sexual. Uma maneira de fazer isso é basicamente mudando todo o relógio de o voo.”

As descobertas surpreendentes foram possíveis pelo exame de transcriptomas – sequenciamento de RNA que revela a expressão do gene, ou quais genes são ativados e desativados – em muitos pontos de tempo diferentes, fornecendo dados de alta resolução que iluminam a ordem em que as mudanças ocorrem.

Nas primeiras quatro horas após o acasalamento, os pesquisadores constataram mudanças na expressão de genes envolvidos no metabolismo da mosca fêmea e no relógio circadiano. Não se sabe o que desencadeou essas mudanças iniciais, mas feromônios ou proteínas do fluido seminal que não sejam peptídeos sexuais são possíveis candidatos. Os efeitos iniciais foram de curto prazo; eles não duravam sem o peptídeo sexual e pareciam preparar o sistema.

Em uma segunda fase, quatro horas após o acasalamento, os pesquisadores descobriram que o peptídeo sexual causava alterações nos genes que regulam os ritmos circadianos e nos genes que são regulados pelas vias do relógio circadiano.

O estudo abre as portas para trabalhos futuros que explorem questões como: quanto tempo dura o efeito e se esses efeitos ocorrem em outros organismos, uma vez que os genes do relógio circadiano são altamente conservados em muitas formas de vida.

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