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Pesquisadores da Escola de Medicina David Geffen da UCLA, do Instituto Médico Howard Hughes da UCLA e dos Institutos Nacionais de Saúde desenvolveram um modelo de peixe-zebra que fornece uma nova visão sobre como o cérebro adquire ácidos graxos ômega-3 essenciais, incluindo o ácido docosahexaenóico (DHA). e ácido linolênico (ALA). Suas descobertas, publicadas na Natureza Comunicações, têm o potencial de melhorar a compreensão do transporte lipídico através da barreira hematoencefálica e das interrupções nesse processo que podem levar a defeitos congênitos ou condições neurológicas. O modelo também pode permitir que os pesquisadores projetem moléculas de drogas capazes de atingir diretamente o cérebro.
Os ácidos graxos ômega-3 são considerados essenciais porque o corpo não pode produzi-los e deve obtê-los através de alimentos, como peixes, nozes e sementes. Os níveis de DHA são especialmente altos no cérebro e importantes para um sistema nervoso saudável. Os bebês obtêm DHA do leite materno ou da fórmula, e as deficiências desse ácido graxo têm sido associadas a problemas de aprendizado e memória. Para chegar ao cérebro, os ácidos graxos ômega-3 devem passar pela barreira hematoencefálica através do transportador lipídico Mfsd2a, que é essencial para o desenvolvimento normal do cérebro. Apesar de sua importância, os cientistas não sabiam exatamente como o Mfsd2a transporta DHA e outros ácidos graxos ômega-3.
No estudo, a equipe de pesquisa fornece imagens da estrutura do zebrafish Mfsd2a, que é semelhante à sua contraparte humana. Os instantâneos são os primeiros a detalhar precisamente como os ácidos graxos se movem através da membrana celular. A equipe de estudo também identificou três compartimentos em Mfsd2a que sugerem etapas distintas necessárias para mover e virar os ácidos graxos através do transportador, em oposição ao movimento através de um túnel linear ou ao longo da superfície do complexo proteico. As descobertas fornecem informações importantes sobre como o Mfsd2a transporta os ácidos graxos ômega-3 para o cérebro e pode permitir que os pesquisadores otimizem a entrega de medicamentos por essa via. O estudo também fornece conhecimento básico sobre como outros membros dessa família de transportadores, chamados de superfamília facilitadora principal (MFS), regulam importantes funções celulares.
O estudo foi conduzido por Tamir Gonen, Ph.D., da UCLA e Doreen Matthies, Ph.D., do NIH’s Eunice Kennedy Shriver Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD). Financiamento adicional para o estudo foi fornecido pelo Instituto Nacional de Ciências Médicas Gerais do NIH (NIGMS) e pelo Howard Hughes Medical Institute.
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