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Pesquisadores da Universidade de Aalto fizeram um mapa de onde no corpo os diferentes tipos de amor são sentidos e com que intensidade eles são vivenciados.
“Foi digno de nota, embora não muito surpreendente, que os tipos de amor associados a relacionamentos íntimos sejam semelhantes e sejam os mais vividos”, diz a filósofa Pärttyli Rinne, que coordenou o estudo. O pesquisador doutoral Mikke Tavast analisou os dados, enquanto o pesquisador Enrico Glerean desenvolveu os métodos de pesquisa. O projeto foi iniciado conjuntamente por Rinne e pelo Professor Emérito Mikko Sams.
A equipe entrevistou os participantes sobre como eles vivenciaram 27 tipos diferentes de amor, como amor romântico, amor sexual, amor parental e amor por amigos, estranhos, natureza, Deus ou por si mesmos. A equipe perguntou aos participantes onde eles sentiam os diferentes tipos de amor em seus corpos e quão intenso era o sentimento física e mentalmente.
Suas descobertas, publicadas em Psicologia Filosófica, sugerem que os diferentes tipos de amor formam um continuum do mais fraco ao mais forte. Todos os tipos eram sentidos fortemente na cabeça, mas diferiam no resto do corpo – alguns espalhavam-se apenas até o peito, enquanto outros eram sentidos por todo o corpo. As formas mais fortes de amor eram sentidas mais amplamente por todo o corpo.
Para construir o mapa, os pesquisadores coletaram dados de centenas de participantes por meio de uma pesquisa online. A maioria das respostas veio de mulheres jovens no ensino superior. Os participantes foram convidados a colorir a silhueta do corpo para mostrar onde sentiam cada tipo de amor. Eles também foram questionados sobre como sentiam os diferentes tipos física e mentalmente, quão agradável era a sensação e como estava associada ao toque. Por fim, foi solicitado que avaliassem a proximidade dos tipos de amor.
‘O amor entre pessoas é dividido em sexual e não sexual. Os tipos de amor que são particularmente próximos são aqueles que têm uma dimensão sexual ou romântica”, diz Rinne.
“Também foi interessante encontrar uma forte correlação entre a intensidade física e mental da emoção e o seu prazer. Quanto mais fortemente um tipo de amor é sentido no corpo, mais fortemente ele é sentido na mente e mais agradável ele é”, acrescenta Rinne.
Rinne diz que a equipe ficou intrigada com o fato de todos os diferentes tipos de amor serem sentidos na cabeça. ‘Quando passamos de tipos de amor mais vividos para tipos de amor menos vividos, as sensações na região do peito tornam-se mais fracas. Pode ser que, por exemplo, o amor por estranhos ou a sabedoria estejam associados a um processo cognitivo. Também pode ser que haja sensações agradáveis na região da cabeça. Isto é algo que deveria ser investigado mais profundamente”, diz Rinne.
Rinne também observa que existem diferenças culturais no amor e que a demografia do grupo de estudo está ligada à experiência do amor. ‘Se o mesmo estudo fosse feito numa comunidade altamente religiosa, o amor a Deus poderia ser o amor mais fortemente experimentado de todos. Da mesma forma, se os sujeitos fossem pais numa relação, como no nosso projeto de estudo do cérebro em curso, o amor pelas crianças poderia ser o tipo de amor mais forte”, diz Rinne.
A pesquisa foi financiada pela Fundação Kone, pela Academia da Finlândia e pela Fundação Emil Aaltonen.
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