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A França e a Alemanha saudaram na sexta-feira a conclusão de um acordo para construir um novo caça europeu após meses de desentendimentos entre duas empresas envolvidas – Airbus e Dassault Aviation.
Lançado pela França e Alemanha em 2017 e desde então pela Espanha, o Future Combat Air System (FCAS) visa ter um jato de próxima geração em serviço até 2040, juntamente com frotas integradas de drones.
Mas o progresso na nova aeronave furtiva de asa delta foi prejudicado por brigas pelo compartilhamento do trabalho industrial, bem como pela propriedade intelectual das tecnologias de ponta.
“Depois de intensas negociações, um acordo entre os fabricantes foi alcançado para a próxima fase do programa (FCAS)”, disse o Ministério da Defesa alemão.
A Airbus confirmou na sexta-feira o acordo após negociações entre a indústria e os governos.
“Várias medidas formais agora devem ser tomadas nos respectivos países para permitir uma assinatura rápida do contrato ao qual teremos que aderir”, disse a fabricante europeia de aviões.
Em agosto de 2021, os três países assinaram um acordo para injetar um total de 3,6 bilhões de euros (cerca de US$ 4 bilhões) na fase inicial do projeto, conhecida como Fase 1B, para a construção do chamado demonstrador de voo a partir de 2025.
Mas os contratos não foram assinados com a Airbus e a Dassault, que supervisionam as operações na Alemanha e na França, respectivamente.
O gabinete do presidente francês na sexta-feira também saudou a conclusão do acordo.
“O acordo político sobre o FCAS é um grande passo à frente e – especialmente no atual contexto internacional – um sinal importante da excelente cooperação entre França, Alemanha e Espanha”, afirmou, ecoando o ministério alemão.
“Fortalece as capacidades militares da Europa e garante know-how importante para a nossa indústria e, de forma mais ampla, para a indústria europeia”, disse o gabinete do presidente.
A primeira-ministra francesa Elisabeth Borne deve se encontrar com o chanceler Olaf Scholz na Alemanha em 25 de novembro, uma visita que pode ajudar a melhorar a cooperação em defesa enquanto a Europa repensa sua estratégia militar em meio à guerra da Rússia contra a Ucrânia.
A Alemanha preocupou muitos em Paris em março deste ano, quando anunciou um acordo para comprar 35 jatos F-35 da empresa americana Lockheed Martin. Os aviões são certificados para transportar ogivas nucleares dos EUA mantidas na Europa como parte da aliança de defesa da OTAN.
O rival do FCAS – o futuro projeto de caça a jato britânico Tempest, cujos parceiros são a Itália e a Suécia, atingiu seu próprio marco em julho, quando anunciou que um pré-protótipo voaria “nos próximos cinco anos”.
(AFP)
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